Daniela Ramos é uma jovem empreendedora do bairro de Tira Chapéu, Praia, que quer retomar a sua carreira de cabeleireira, um negócio que foi abaixo com a crise da covid-19. Hoje, melhor preparada, esta jovem mãe solteira espera voltar ao mercado para driblar a crise.
A história de Daniela Ramos não deve ser única no país. Fintada pela crise, teve de deixar os seus sonhos de lado e buscar alternativas ao
“Tive muitas dificuldades para me manter no mercado, numa altura em que não havia clientela, e o pouco de fundo que tinha só saía…”, contou ao A NAÇÃO, esta jovem mãe solteira que para continuar a pagar as suas despesas e as do único filho, teve de recorrer à venda de frutas.
Assim, foi atrás de um novo começo e resolveu aumentar os seus conhecimentos em relação aos negócios. Daniela foi uma das 35 mulheres de Tira Chapéu e arredores que, recentemente, beneficiaram de uma formação de pequenos negócios, uma iniciativa da ACRIDES para ajudar as mulheres no empoderamento, sobretudo para ultrapassarem as dificuldades promovidas pela pandemia.
“Esta formação chegou na hora certa, pois eu sou um exemplo das que perderam com a pandemia e que precisa retomar as actividades com um pouco de incentivo”, diz a cabeleireira, que antes da pandemia atendia clientes no “Salão Daniela”, em Tira Chapéu, e prestava serviços de manicure e pedicure, texturização, descoloração, entre outros, ao domicílio.
Recomeçar
Esta oportunidade atribuída pela ACRIDES significa para Daniela, uma oportunidade para uma retoma “sem espaço para fracassos”, já que, agora, para além da formação de cabeleireira, entre outras que possui, poderá gerenciar da melhor forma os negócios.
“Em princípio retornarei como cabeleireira pois é uma área que gosto muito, que levo jeito. Domino esta área porque conheço os produtos de qualidade, sei trabalhar todos os tipos de cabelo e indicar tratamentos, ou produtos adequados, para cada um. Hoje, mais do que nunca, conheço os segredos do mercado e quero deixar os meus clientes satisfeitos”, avançou, salientando que frequentou uma formação nesta área com esteticistas brasileiros, graças a uma oportunidade de financiamento que lhe surgiu entre 2009/10.
“Terminei o 12º ano de escolaridade em 2008 e segui para o curso médio de recepcionista e atendimento ao público nível 3, no IEFP. Quando apareceu esta oportunidade de fazer também o curso de cabeleireira, não pensei duas vezes e passei a fazer as duas coisas ao mesmo tempo”, relembra.
Hoje, com mais esta formação em gestão de pequenos negócios, Daniela Ramos está esperançosa de que quando conseguir um financiamento, empréstimo ou qualquer incentivo financeiro, voltará ao mercado, desta vez, para ficar e driblar qualquer crise que lhe aparecer pela frente, pois se sente mais bem preparada.
Sem medo, mas consciente das dificuldades, esta jovem mãe só espera uma oportunidade para fazer o que gosta e assim poder sustentar a sua família dignamente, sem depender de ninguém.
Romice Monteiro
