Após 15 anos de carreira como rapper, Nilton Andrade, de nome artístico Buddha, despertou-se para a produção musical e criação de conteúdos audiovisuais. Juntamente com mais dois sócios, este jovem de 38 anos, residente no Palmarejo, cidade da Praia, deu início ao projecto Diterra Records Lda, um sonho que materializou em 2020.
Formado em engenharia informática, além de ser técnico multimédia, Buddha é sócio-gerente da Diterra Records Lda, onde faz diversas produções, entre elas, jingles, fotografias, gravações de podcasts, voz-off e spots publicitários. Um trabalho que mescla a paixão e o negócio.
“Sempre tive vontade de fazer algo relacionado com a música e criação de conteúdos, mas foi quando me dei conta que havia um nicho do mercado com um vazio a ser preenchido que resolvi juntar o meu gosto pela música e audiovisual e transformá-lo num negócio”, conta ao A NAÇÃO.
“Até agora temos trabalhado com um vasto leque de artistas dos mais diferenciados géneros musicais e, recentemente, abrimos um estúdio de fotografia e vídeo, onde temos feito sessões de fotos para modelos, instituições e também gravação de videoclipes para artistas locais”, revela.
Mercado pequeno e com poucas fontes de financiamento
Como sempre nem tudo é fácil, dada a natureza do mercado cabo-verdiano, pequeno e com poucas fontes de financiamento.
“Algumas vezes pensei em desistir. Principalmente, quando vejo que ainda falta muito por conquistar. Mas sempre vem aquela força para continuar, pois, de certeza, estou muito melhor do que quando comecei e não dá para desistir agora”, confessa o jovem.
Com o foco no seu objetivo, Buddha afirma que é um desafio ajustar igualmente o seu dia-a-dia com a correria da empresa, sendo obrigado a dividir-se entre a família e a gerência do negócio, o que, como confessa é “cansativo”.
Aos mais jovens, Buddha revela que nem tudo é um “mar de rosas”. “Nesta vida só alcança quem continua a tentar”, afirma, em jeito de mensagem e incentivo.
Publicada na edição semanal do jornal A NAÇÃO, nº 724, de 15 de Julho de 2021