Mais de 123 mil eleitores são-tomenses são chamados às urnas, este domingo,18 de Julho, para escolher o próximo Chefe de Estado daquele País Lusófono do Golfo da Guiné.
Na corrida à Presidência da República (PR) estão 19 candidatos. Trata-se – de acordo com a rfi.fr -, da Eleição mais concorrida de sempre na História de São Tomé e Príncipe, independente a 5 de Julho de 1975.
O sociólogo Olívio Diogo considera que a figura do Presidente da República sai “banalizada” com o número elevado de candidaturas.
“Esta situação que estamos a viver, com 19 candidatos, é completamente incomum para um País com menos de 200 mil pessoas, poderá ter influência naquilo que são os efeitos que queremos transmitir numa Eleição Presidencial”, explica Diogo.
O presidente da Rede Pan-africana da Juventude de São Tomé e Príncipe, Romylson Silveira, refere que as19 candidaturas revelam “que o País tem uma Democracia viva”, porém, demonstram, também, “um desgaste dos políticos tradicionais”.
São Tomé e Príncipe é considerado como um dos Países Mais Pobres do Mundo, e, também, como um dos mais endividados, sendo que grande parte do Produto Interno Bruto (PIB) é assegurado pela Comunidade Internacional.
Crise
A Eleição Presidencial deste domingo decorre, ainda, num contexto de Crise Económica e Social. A situação foi agravada pela Pandemia de COVID-19, obrigando o País a fechar portas aos turistas, uma das principais fontes de rendimento.
Outro fenómeno que “ameaça” a Democracia de São Tomé e Príncipe é o “do banho”.
A advogada Celiza de Deus Lima diz que “o banho é um crime, que está previsto na Lei, mas, infelizmente, normalizou-se esta prática”.
No sábado, o Chefe de Estado Evaristo Carvalho – que não se recandidata a um segundo mandato -, pediu aos são-tomenses para votarem nas Eleições Presidenciais e defendeu que a consciência dos cidadãos “não deve ser ameaçada nem comprada”.
O Presidente são-tomense, apelou, também, à calma durante o dia de voto e para que os resultados sejam livres de qualquer tipo de fraude.
Por sua vez, o presidente da Comissão Eleitoral Nacional de São Tomé e Príncipe, Fernando Maquengo, afirmou que no caso de haver provas de “banho” a Comissão Eleitoral vai accionar a Justiça.
Mais de 123 mil eleitores são chamados às urnas, este domingo, para escolher o próximo Chefe de Estado do País.
De acordo com o porta-voz da Comissão Eleitoral Nacional, Victor Correia, haverá 304 assembleias de voto, 286 em São Tomé e Príncipe e 18 na Diáspora, e a votação irá decorrer entre as sete e as 17 horas (locais).
“Se às 17 horas ainda estiverem eleitores nas filas, serão distribuídas senhas para que possam votar. Ninguém vai ficar sem votar”, conclui Victor Correia.
As Eleições terão quatro missões de observação: União Africana, Comunidade Económica dos Estados da África Central, Estados Unidos da América e Japão.
Em Cabo Verde…
A primeira participação da Diáspora são-tomense em Cabo Verde numa Eleição em São Tomé e Príncipe, acontece neste domingo, 18, em diversas mesas espalhadas pelas ilhas de Santiago e do Sal.
Em Cabo Verde, 481 eleitores são-tomernses estão registados no Caderno Eleitoral, para o oleto deste domingo.
“Além das remessas que enviam para São Tomé e Príncipe, agora já podem também contribuir de forma activa, através da Democracia, para a Eleição dos governantes do Arquipélago”, frisa o secretário da Comissão Eleitoral Especial da Diáspora – Cabo Verde.
Adilson Neto destaca, por outro lado, o “papel preponderante” da Associação dos São-tomenses no diálogo com os governantes para que hoje pudessem ter este ganho e, por isso, segundo ele, isto constitui uma “vitória para os emigrantes de São Tomé e Príncipe em Cabo Verde”.
“Tentamos criar todas as condições para que os são-tomenses, de facto, pudessem participar nas Eleições [Presidenciais] de 18 de Julho”, aponta, esclarecendo que, em concertação com a Comissão Nacional de Eleições, em São Tomé, se decidiu no sentido de haver apenas três assembleias de voto, sendo duas na ilha de Santiago (Praia e Santa Catarina) e uma no Sal, que abrange, também, os eleitores da Boa Vista.
Instado sobre os eleitores residentes na “Ilha das Dunas”, Neto informa que se está perante uma “abstenção antecipada”, porque não vão poder deslocar-se ao Sal para votarem.
“Não conseguimos colocar uma mesa na Ilha da Boa Vista, o que, de facto, condiciona a participação desses eleitores neste pleito eleitoral”, lamenta Adilson Neto.
José Maria neves em terra…
Em Cabo Verde, as assembleias de voto começaram a funcionar a partir das seis horas (sete horas de São Tomé e Príncipe) e serão encerradas às 16 horas, porque, conforme explicou Adilson Neto, o Código Eleitoral do País impõe que as urnas se abram e se fechem, simultaneamente, em todos os países.
Às Eleições Presidenciais são-tomenses concorrem 19 candidatos.
Ao todo, segundo informações oficiais, estão inscritos nos cadernos eleitorais 123 mil 302 eleitores, sendo 14 mil 693 na Diáspora e, em Cabo Verde, 481 eleitores nas ilhas de Santiago, Sal e Boa Vista.
De acordo com a Comissão Eleitoral da Diáspora em Cabo Verde, os eleitores podem votar na Embaixada de São Tomé e Príncipe, no Centro Cultural de Assomada (Santa Catarina) e na Escola Nova, no Sal.
O antigo Primeiro-Ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, que devia chefiar a Missão de Observadores Internacionais da União Africana (UA) às Eleições Presidenciais de domingo, 18, por razões de logística, nomeadamente, conexões aéreas, não pôde viajar para São Tomé e Príncipe.