O comando da Polícia Nacional no Sal, que dá cobertura à ilha de São Nicolau, diz que agiu em “conformidade” em reação à detenção do advogado Silvano Ramos, que foi detido na noite de 21 deste mês, na Cidade de Tarrafal de São Nicolau, mais precisamente na zona de Telha, na sequência de uma festa privada de aniversário que promovia alegadamente aglomeração de pessoas.
Em comunicado na sua página de Facebook, a Polícia Nacional de Cabo Verde avança que o advogado, de 32 anos, foi detido por desobediência, instigação à desordem pública, atentado contra agente de autoridade e obstrução do serviço policial.
A sua detenção aconteceu na sequência de uma intervenção Policial, na residência da “Sra. Iloisa Ilizia Duarte Spencer”, promotora de um evento (festa de aniversário), com mais de 50 participantes.
Na decorrência do ato, Silvano Ramos, “numa tentativa de comprometer a Autoridade do Estado em pleno uso e competência das suas funções legais, conseguiu (mesmo depois de advertido por várias vezes, de que a sua conduta poderia gerar responsabilidade criminal), com o apoio dos outros participantes da festa, impedir o término da mesma e a detenção da promotora por desobediência, tendo arrancado, com suas próprias mãos, a promotora da Polícia, depois da mesma estar detida”, lê-se no comunicado.
Silvano Ramos ainda disse no momento, em viva voz, que a Polícia não poderia terminar aquela atividade, pois não dispunha de um Mandado Judicial para o efeito.
Para evitar uma agressão eminente à Polícia, o Comandante da Esquadra Policial de Tarrafal de São Nicolau, diz que teve que sacar da arma, que lhe é distribuída pela PN e realizar um disparo para o ar, no sentido de afastar as pessoas, tendo em conta o número de pessoas que estavam a obstruir o serviço policial e o tumulto organizado e conduzido pelo próprio detido.
A PN esclarece ainda que o disparo da “arma de fogo/walter pp”, a que foi utilizada pelo Comandante, “não produz estilhaços e se disparado para o ar, como foi o caso, também o projétil não tem como produzir “ricochete”.
Foi comunicado ao Ministério Público a detenção da promotora do evento e a ela levantado um auto de contraordenação que seguirá os tramites legais.
Lê-se ainda no comunicado que, logo após a detenção do advogado, foi contactado o representante da Ordem dos Advogados, dando-lhe conhecimento da detenção e dos factos que motivaram tal desfecho.
O detido foi conduzido ao Ministério Público por volta das 13H30 do dia 22, que promoveu a acusação, tendo o julgamento sido marcado para a próxima semana.