Além do seu papel na dieta alimentar dos alunos, este projeto visa ajudar os produtores locais, bem como auxiliar no desenvolvimento da economia local. A iniciativa abrange 32 escolas de São Vicente.
Esta manhã na Escola da 2ª Companhia, em São Vicente, foi feita mais uma entrega no âmbito do projecto “Do campo à escola”. Uma iniciativa que potencia a economia local e favorece a segurança alimentar dos alunos do Ensino Básico com produtos naturais, frescos e saudáveis.
Maria Helena Andrade, delegada de Educação de São Vicente, realçou que o projecto consiste em disponibilizar para as escolas vários produtos agrícolas produzidos localmente, desde banana, tambarina, batata, couve, cenoura, entre outros, destacando também, a importância da iniciativa para ambos os sectores, agrícola e da educação, e chamou atenção para as oportunidades de emprego conferidas aos jovens das comunidades rurais, através do projeto.
“Favorece, por um lado, o desenvolvimento económico rural e a promoção da produção local através da compra pública de frutas e legumes frescos, entre os produtores locais, organizados em rede das ilhas de Santo Antão e São Vicente. Também permite enriquecer a dieta alimentar dos alunos o que vai garantir uma melhoria, permitindo assim o sucesso em termos da alimentação e saúde escolar”, avançou a delegada.
Desses sectores, agrícola e educação, fazem parte dois grupos alvos. O primeiro representado pela REPAL, Rede de Produtores Agropecuários Locais de São Vicente, constituída por 50 sócios, que fazem parte das comunidades rurais da ilha e, o segundo, formado pelas 32 escolas de Ensino Básico de São Vicente, do primeiro ao sexto ano, com um total de 7.901 alunos.
A distribuição dos produtos é feita mensalmente “em quantidades suficientes, estipuladas por uma nutricionista, tendo em conta o número de alunos”, assegura.
Formação
Maria Helena Andrade garantiu ainda que todas as escolas dispõem de meios de conservação dos alimentos, como arcas e frigoríficos, e adiantou que o projeto vai além do reabastecimento das cantinas. Este abrange também a “formação dos agricultores em termos de economia financeira, organização, rentabilidade e também formação para as cozinheiras”.
A delegada de Educação local aproveitou a ocasião para pedir a participação massiva dos pais e encarregados de educação na vida académica e alimentar dos seus filhos e educandos.
“Solicitamos o envolvimento dos pais e encarregados de educação. Procurem conhecer a ementa escolar que é desenhada por uma nutricionista e que está dentro dos parâmetros da segurança alimentar”, apelou.
Por sua vez, o representante da REPAL, Manuel Fortes, expôs a satisfação dos agricultores em relação ao projeto e apontou os seus benefícios para a área.
“Os agricultores de São Vicente estão bastante satisfeitos com este projeto, pois, assim, já conseguem comprar os seus materiais e veem o lucro do seu trabalho. Há a valorização do seu trabalho. Já não vão depender totalmente do Estado”, apontou.
A iniciativa, orçada em quase três mil contos, é financiada pelo Secretariado Nacional de Segurança Alimentar do Ministério de Agricultura e Ambiente e implementada pela delegação do Ministério da Educação em São Vicente, em parceria com a CERAI (Centro de Estudos Rurais e Agrícolas Internacional).
A conclusão do projeto está prevista para Outubro, e Maria Helena Andrade apelou já à contribuição dos pais e encarregados de educação para a continuação do projeto, que dependerá de novas ajudas e financiamentos para o próximo ano letivo.