O PAICV considerou hoje que o programa do 8º Governo Constitucional é um documento vago, que não explica de forma clara e objectiva quais as medidas e que tarefas serão implementadas para fazer face aos desafios do país nos próximos cinco anos. Já a UCID votou favorável à moção de confiança, para evitar crispação partidária no momento difícil em que vive o país.
Segundo o líder parlamentar do PAICV, João Baptista Pereira, trata-se de um programa com compromissos muito mais reduzidos e metas menos ambiciosas, baseado numa autoavaliação que não retrata a realidade do país.
“Estamos diante de um documento vago, que não explica de forma clara e objetiva que medidas serão adoptadas e que tarefas serão implementadas nesta legislatura, para fazer face aos enormes desafios que Cabo Verde tem nos próximos cinco anos”, criticou.
O PAICV também criticou o governo mais gordo da história do país.
“Esta solução de configura mais grave ainda quando se sabe que num contexto económico e social totalmente diferente em 2016, prometeu aos cabo-verdianos formar um governo pequeno, entre 10 a 12 ministros, traduzido em uma poupança de mais de 200 mil contos por ano a ser aplicado no financiamento do rendimento social de inclusão”, recordou o parlamentar.
O novo Governo, segundo João Baptista Pereira, vai custar aos cabo-verdianos, no mínimo, cerca de 400 mil contos por ano e dois milhões de contos até ao final da legislatura.
UCID dá aval
Para a UCID, o contexto em que o país vive desaconselha guerrilhas políticas, por isso anunciou que irá votar favoravelmente na moção de confiança ao Governo do MpD.
“A UCID faz isso, parecendo que é uma contradição – e é, porque tem a consciência da fragilidade do momento que estamos a viver”, justificou o deputado Amadeu Oliveira.
Ainda assim, assegura, o sentido do seu voto não representa um cheque em branco ao Governo e elencou uma série de promessas para as quais gostaria de ter esclarecimentos, apontando que o programa é vago na definição de metas.
Entre elas estão promessas feitas para Santo Antão, como o aeroporto, cais remodelado e universidade para a ilha, assim como a zona marítima economia especial de São Vicente.
A bancada do MpD, por sua vez, defendeu que o programa do Governo apresentado ao Parlamento, esta manhã, traduz as expectativas dos cabo-verdianos, salvaguardando os interesses prioritários do desenvolvimento do país.
C/ RCV