O Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, disse hoje que, independentemente das reservas que são “legítimas”, quando se faz uma investigação, nomeadamente no caso de crianças desaparecidas, os familiares devem ser mantidos informados sobre o decorrer do processo.
“Independentemente das reservas que são legítimas, do ponto de vista da informação e da comunicação sobre, por exemplo, as diligências que são feitas, deve haver um mecanismo de informação e comunicação com os familiares, porque são eles que sofrem de uma maneira mais intensa e mais forte”, exortou o chefe de Estado, em declarações à Inforpress, à margem de uma visita, esta sexta-feira, ao Centro de Emergência Infantil da Praia, no dia nacional de comabte ao abuso sexual de menores.
Para Jorge Carlos Fonseca, deve haver um canal entre as instituições que fazem investigação com os elementos das estruturas familiares, para se dar uma “satisfação, um alento ou uma esperança”, e estarem informados sobre o que se está a fazer com vista a localizar o paradeiro das crianças.
O chefe de Estado fez saber ainda que, numa audiência, na quinta-feira,3, com o procurador-geral da República, este lhe informou que há “esforços investidos” nas diligências e que tem havido “alguma reserva na comunicação”, devido à complexidade dos casos.
Desde Fevereiro de 2018 que duas crianças – Clarisse Mendes (Nina) e Sandro Mendes (Filú), se encontram desaparecidas.
As crianças saíram de casa, em Achada Limpa, onde se encontravam na companhia da avó, para irem comprar açúcar na localidade de Água Funda, na Cidade da Praia, e “ainda não regressaram a casa”.
Encontra-se também pendente o caso da jovem Edine Jandira Robalo Lopes Soares, que deixou a casa em Achada Grande Frente (Praia) alegando que ia levar o bebé para o controlo no PMI (Programa Materno-Infantil), na Fazenda, Cidade da Praia. Mãe e filho nunca mais foram vistos.
Edvânea Gonçalves, uma menina, também faz parte da lista de pessoas desaparecidas em Cabo Verde. Tinha dez anos quando saiu para fazer um mandado, a pedido da mãe, junto de uma vizinha a pouco mais de 100 metros da sua residência, e não voltou.
Neste caso, entretanto, Polícia Judiciária (PJ) informou, em Junho de 2018, que ossadas encontradas em Janeiro do mesmo ano na localidade de Ponta Bicuda, Praia, pertenciam à criança de Eugénio Lima, mas sem nunca se saber o que realmente aconteceu à menina
C/ Inforpress