A Associação de Crianças Desfavorecidas (ACRIDES), lançou hoje, na cidade da Praia, a campanha “STOP: Não toca no meu corpo”, com o objectivo de sensibilizar as crianças, mas também as famílias e comunidade educativa, sobre o abuso sexual de menores e mecanismos de autodefesa.
A campanha, lançada em parceria com o Instituto da Criança e do Adolescente, incute nas crianças a ideia de que “ninguém pode tocar o nosso corpo”, enquanto forma de se auto defenderem dos abusadores.
Por outro lado, ensina que devem sempre denunciar quando são coagidas, ameaçadas ou abusadas, pois só assim as autoridades conseguem agir e responsabilizar os agressores.
O objectivo, segundo a presidente da ACRIDES, Lourença Tavares, é chamar a atenção para a educação em casa no sentido de ensinar as crianças a não deixarem que ninguém toque no seu corpo, bem como reconhecer quando há algo de errado, tanto em casa, como nas escolas.
“Quando as crianças estão tristes, devemos tentar saber o que está a passar com ela”, exortou, acrescentando, por outro lado, que “precisamos aprender a respeitar as nossas crianças vítimas de agressões”.
“Enquanto profissionais, quando há uma criança vítima, precisamos pensar no que faríamos se fosse a minha criança”, explicou.
ICCA recebeu 59 queixas até abril
Segundo a presidente do ICCA, Maria Livramento Silva, somente neste ano de 2021, o instituto recebeu 59 denúncias de casos de abuso sexual, até o mês de Abril. Destes, três foram praticados contra meninos e os restantes contra meninas.
Maria Livramento Silva acredita, no entanto, que o número de denúncias pode ser maior, já que o ICCA não é a única porta de entrada para estas queixas.
“Por isso essa campanha tem de ser reforçada, com a colaboração dos nossos parceiros, para que a violência sexual contra a criança desapareça de Cabo Verde”, explicou.
Sobre o plano de actividades que marca o Dia Internacional das Crianças Inocentes Vítimas de Agressão e o Dia Nacional do Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Menores, Maria Silva explica que o foco da comunicação está na importância das denúncias, principalmente com a abertura do crime público até os 16 anos.
A apresentação da campanha “Stop: Não toca no meu corpo” teve lugar na manhã desta sexta-feira, 4, na Escola Capelinha, na Fazenda e contou com a presença do Ministro da Família, Inclusão e Desenvolvimento Social, Fernando Elísio Freire. A campanha foi financiada pela ONG ECPAT Luxemburgo.
