Esta terça-feira, 1 de Junho, o líder da Frente Polisário será presente a Tribunal, por vídeo-conferência, em Espanha. Brahim Ghali está internado num Hospital espanhol há mais de um mês.
Brahim Ghali deu entrada – reporta pt.euronews.com -, diz-se, sob nome falso, e infectado com o novo Coronavírus, num Hospital de Espanha – antiga Potência Colonizadora desse território Africano. Sobre ele recaem várias acusações, em dois processos diferentes. Entre elas, a de detenção ilegal, tortura, crimes contra a Humanidade e Genocídio.
A presença de Ghali em Espanha criou uma crise com Marrocos. Ghali é, desde 2016, Presidente da República Árabe Saaraui Democrática, ex-Colónia Espanhola do Saara Ocidental, que Rabat (Capital de Marrocos) anexou em 1976. Marrocos acusa Ghali, apoiado pela Argélia, de Crimes de Guerra.
Nas redes sócias, Brahim Ghali mostra-se revoltado. “Sou contra a convocação do Presidente Saharaui para o Tribunal…Nós somos um País e todos os países respeitam as normas diplomáticas e respeitam as personalidades diplomáticas. O Presidente Saharaui representa o Povo Saharaui. Isto é um insulto para nós e para ele e não vamos aceitar isso. Toda a responsabilidade recai sobre os Negócios Estrangeiros do Saara”, afirma Ghali, no “Twitter”.
A contenda, entre Espanha e Marrocos, criou uma Crise Migratória no Enclave Espanhol de Ceuta, com Rabat a abrir fronteiras e a deixar passar milhares de pessoas e Madrid (a Capital da Espanha) a fazer regressar grande parte delas. Um drama no meio de outro drama.
O Primeiro-Ministro Espanhol, Pedro Sanchez, afirmava, na segunda-feira, que não é “admissível que haja um Governo que diz que as fronteiras são atacadas, neste caso as de Espanha, que se abram as fronteiras para que dez mil imigrantes possam entrar, em menos de 48 horas, numa Cidade Espanhola como Ceuta, devido a desacordos, diferenças, discrepâncias em termos de Política Externa” – acusações directas a Rabat.
A problemática sobre do Estatuto do Saara Ocidental opõe há décadas Marrocos e a Frente Polisário.
Donald Trump, o ex-Presidente dos EUA (Estados Unidos da América), chegou mesmo a reconhecer o Território como sendo Marroquino, passando por cima da ONU (Organização das Nações unidas), que admite “o Direito Inalienável do Povo do Saara à auto-determinação”, a ser decidida por Referendo.