Tem um nome artístico pouco usual, ao qual ninguém fica indiferente, por onde passa. Vagner “Flowpezod”, natural de São Vicente, tem feito um trabalho interessante no mundo do hip hop crioulo ao longo dos últimos oito anos. Ainda assim, este mindelense diz que já não se sente apenas um rapper, mas sim um multifacetado artista musical.
Vagner ou Flowpezod, como é popularmente tratado na cena do hip hop crioulo, tem 24 anos. Nasceu em São Vicente, tendo crescido no bairro da Ilha de Madeira. Foi através de programas radiofónicos, que já escutava com oito anos de idade, que começou a despertar para a cultura do hip hop.
O carismático cantor e compositor, Sentinela, por sinal tio de Flowpezod, teve também um papel importante no que a influências diz respeito.
“Desde pequeno eu já escutava os rappers na rádio e em mp3. Apaixonei-me pela cultura quando eu tinha 13 anos. Comecei a fazer rimas, sempre acompanhado pelo meu amigo Ron Lebrox. Chegamos a subir a vários palcos na nossa zona. Acompanhava os ensaios do meu tio, Sentinela, em casa. Já tinha decorado muitas músicas dele”, recorda Flowpezod.
A primeira vez que este rapper subiu num palco, para actuar, foi em 2013. A memória falha quando quer recordar esse marco na sua carreira, mas o certo é que imperava o clima de ansiedade, conforme o próprio faz questão de realçar.
“Não me lembro muito, mas sei que foi em 2013. Tínhamos um grupo, onde eu era o mais velho, mas sempre tinha de pedir autorização aos meus pais para tal. O coração batia de forma acelerada, eu estava com medo de que tudo desse errado”, recorde.
De lá para cá já pisou vários outros palcos das ilhas de São Vicente, Sal e Santo Antão, sozinho ou acompanhado do seu grupo “USB Show”. Mas ainda falta-lhe o tão desejado “palco da Baía das Gatas”.
Parcerias e Impacto
A solo já lançou um mixtape de nome “Liberdade de expressão e um EP, intitulado “Ja no bem”. Contabiliza um total de oito videoclipes lançados.
Também já trabalhou com um rol de artistas, ligados a cultura hip hop, nomeadamente AryBeatz, Ashley Swift, Erick Lendrick, Loyal, Porta Chave, KennyZender, Sol, Papoy, Neguinho Singer, Ricking Fenix, MC Nivaldo, Mian, N.I.A, Samora, Expavi, AdyZender, entre outros.
As músicas “Li na Ghetto”, “Cabo Verde”, “Hoje um cre”, “Flow genuin”, “Nasci pra isso”, “Party li na place” fazem parte da sua lista de featurings.
Flowpezod considera que a sua música tem um impacto positivo e muita aceitação no seio do público. “Muitos me conhecem pelo que faço, pelo meu nome. Sou abordado por pessoas que não conheço que sempre dão-me bons feedbacks sobre as minhas músicas. Tento passar sempre mensagens de amor, esperança, motivação, desigualdade social, entre outros. Inspiro-me no que vejo no dia-a-dia e escrevo conforme o meu estado de espírito”.
Multifacetado
Apesar da pandemia ter colocado um “travão” nos eventos culturais, Flowpezod é mais um dos que aproveitou esta paragem para renascer. Diz que já não se sente apenas um rapper, mas sim um multifacetado artista musical.
Revela que tem estado a trabalhar em singles, e videoclipes, como novos estilos musicais, que deverão ser lançados na primeira oportunidade.
“Quero conquistar novos públicos, já não me sinto apenas um rapper, mas sim um multifacetado artista musical, que faz músicas para todos os estratos sociais. Nessa pandemia ganhei novas experiências, tive mais tempo para me dedicar a minha música. Contei com algum apoio, que me permitiu investir mais naquilo que faço”, conclui.