O novo Governo de Cabo Verde foi empossado esta quinta-feira, 20, na Presidência da República. Constituído por 28 elementos, dos quais 9 são mulheres, Ulisses Correia e Silva disse que o primeiro objectivo do Governo é o emprego e combate à pobreza.
Antes de avançar com o discurso propriamente dito, Ulisses Correia e Silva (UCS) teceu elogios ao PR, e disse saber que é o sentimento da “maioria dos cabo-verdianos” ter o “privilégio” de Cabo Verde ter Jorge Carlos Fonseca “como Presidente da República”.
Cumprimentando o novo elenco governamental, UCS lembrou a missão que lhes espera.
“Governar é uma missão dura e difícil, mas compensadora pelo serviço que prestamos ao país, ao nosso país, há nação. Servir Cabo Verde é a nossa nobre missão para os próximos 5 anos. Estamos à altura dos desafios que se colocam ao país”.
O Chefe do Governo agradeceu, de novo, a confiança dos cabo-verdianos depositada no MpD e afirmou que a “democracia funcionou”, admitindo que não foi “fácil” conciliar campanha eleitoral e as regras impostas pela pandemia.
Dirigindo-se aos cabo-verdianos, dentro e fora de Cabo Verde, UCS lembrou que o país é “resiliente”, terra de “um povo aberto ao mundo por influência da sua vasta diáspora e é assim que nos devemos continuar a nos posicionar na relação com o resto do mundo”.
“Com uma economia aberta, com uma relação cosmopolita, descomplexada e aberta à circulação de pessoas. Proactiva na atracção de investimentos, capitais e tecnologias. Aberto a tudo o que significa vantagens para o desenvolvimento do país”, defendeu.
Apelou a um futuro com confiança, com jovens empreendedores e disse que o desenvolvimento é um caminho “longo, duro e exigente”.
“O ambiente que criamos à nossa volta enquanto país é importante para atingir o desenvolvimento sustentável”.
Quanto ao futuro, disse que o primeiro objectivo do Governo é o emprego, o segundo a eliminação da pobreza extrema e redução da pobreza absoluta.
“Iremos consegui-lo através de maior crescimento económico, mas também de políticas de inclusivas”, disse em declarações aos jornalistas.
UCS esclareceu ainda que, quando se fala em eliminar a pobreza extrema, significa não só injetar mais rendimento, nomeadamente rendimento social de inclusão para abranger todas as famílias em situação de pobreza extrema, mas também do acesso à educação, saúde, segurança social e habitação condigna.
“Depois, temos outras iniciativas que têm a ver com o aumento da resiliência. Quando falamos da necessidade de adaptação da nossa agricultura às condições de Cabo Verde, significa mobilizar água que não depende apenas da chuva. Estamos a investir fortemente nessa área de transição energética para reduzirmos a dependência dos combustíveis fósseis”, disse.
A Economia Azul, garantiu, é um “grande potencial” para a diversificação da economia, mas também a Economia Digital, que tem um potencial “muito grande”. Igualmente, disse que é preciso continuar a fazer uma aposta ainda muito mais forte na indústria, naquilo que Cabo Verde tem capacidade de fazer.
“Portanto, é entre a economia, o social, a inclusão e forte aposta institucional que nós iremos criar as condições para que o próximo mandato seja um mandato de facto em contexto diferente daquilo que nós vivemos desde 2016 e que possa acelerar o processo de desenvolvimento sustentável”, defendeu.
O VIII Governo Constitucional da segunda República, com 28 membros, tem mais oito em relação à legislatura anterior, dos quais cinco mulheres, uma a mais em relação à IX Legislatura.
Confira a lista do novo Governo:
– Primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva;
– Vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças, Fomento Empresarial e Economia Digital, Olavo Correia;
– Ministro de Estado, da Família e Desenvolvimento Social, Fernando Elísio Freire;
– Ministra de Estado, da Defesa e ministra da Coesão Territorial, Janine Lélis;
– Ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Integração Regional, Rui Figueiredo Soares;
– Ministro das Comunidades, Jorge Santos;
– Ministro da Administração Interna, Paulo Rocha;
– Ministra da Justiça, Joana Rosa;
– Ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, Édna Oliveira;
– Ministra da Presidência do Conselho dos Ministros e Assuntos Parlamentares, Filomena Gonçalves;
– Ministro da Educação, Amadeu Cruz;
– Ministro da Saúde, Arlindo do Rosário;
– Ministro da Cultura e das Indústrias Criativa, Abraão Vicente;
– Ministro do Turismo e dos Transportes, Carlos Santos;
– Ministro do Mar, Paulo Veiga;
– Ministro de Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva;
– Ministro do Comércio, Indústria e Energia, Alexandre Monteiro;
– Ministra das Infra-estruturas, Ordenamento do Território e Habitação, Eunice Silva;
– Ministro Adjunto do Primeiro-Ministro para Juventude e Desporto, Carlos Monteiro;
– Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro, Lourenço Lopes;
– Secretário de Estado da Economia Digital, Pedro Lopes;
– Secretário de Estado das Finanças, Alcindo da Cruz Mota;
– Secretária de Estado do Fomento Empresarial, Adalgisa Barbosa Vaz;
– Secretária de Estado da Inclusão Social, Lídia Lima de Mello;
– Secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Miryan Vieira;
– Secretária de Estado do Ensino Superior, Eurídice Monteiro;
– Secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde, Evandro Monteiro;
– Secretário de Estado da Economia Agrária, Miguel Barreto da Moura;
c/Inforpress