O Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, considerou hoje que as perspectivas futuras dependem do combate à pandemia da covid-19, e que todas as energias têm de ser canalizadas para debelar essa doença. Por outro lado, encorajou o novo Governo empossado a colocar a modernização agrícola entre as suas principais prioridades, assim como outras medidas atempadas para a diminuição dos efeitos da seca.
A seca, apontou Jorge Carlos Fonseca, citado pela Inforpress, continua a ser um “factor que nos persegue quase sistematicamente, com repercussões a todos os níveis”.
Para o Presidente da República, esta situação exige sempre “medidas atempadas por parte do Governo para atenuar os prejuízos imediatos, mas efeitos como a redução do rendimento das famílias e o êxodo rural, especialmente em direcção à Praia, persistem sempre”.
A modernização da actividade agrícola e melhorar o acesso à água, mesmo com escassez de chuvas, de acordo com o Presidente da República, “deve estar entre as principais prioridades do Governo”.
“A consciência da aleatoriedade das precipitações pluviométricas tem de estar sempre presente na concepção e concretização das políticas agrícolas”, lembrou o chefe de Estado, para quem essa perspectiva é “fundamental para, através do desenvolvimento da indústria agroalimentar, almejar abastecer regularmente o mercado turístico com produtos de qualidade, sem descurar a segurança alimentar, contribuindo para um turismo sustentável”.
A juventude, segundo apontou, deve assumir a centralidade nas políticas e ser objecto de uma abordagem transversal, assim como uma aposta numa educação de “grande qualidade”, que permita Cabo Verde ombrear com os países que conseguiram construir “sistemas educativos de alto nível, viveiros de quadros altamente capacitados, capazes de nos franquear o acesso ao conhecimento, às tecnologias avançadas, sem, naturalmente, deixar de lado a vertente humanista”.
O combate às assimetrias regionais também mereceu menção do Chefe de Estado, segundo o qual acaba de merecer mais importância com a criação da pasta ministerial da coesão territorial.
“[…] Merece o nosso aplauso, uma vez que, ao longo do nosso mandato e visitando regularmente os locais mais distantes do centro do poder, muitas são as reivindicações das populações por mais acesso às oportunidades de desenvolvimento das suas regiões, localidades, ilhas”, acentuou.
Atacar a pobreza extrema e apoiar as famílias mais pobres, precisou Jorge Carlos Fonseca, “exige trabalhar para que estas se tornem autónomas. A cesta básica deve ser acompanhada da «cana de pesca»”, precisou.
O Presidente congratulou-se ainda com a criação do Ministério das Comunidades, que, na sua perspectiva, vai ajudar a “intensificar o diálogo” com as comunidades cabo-verdianas no exterior.
O VIII Governo Constitucional da segunda República, com 28 membros, tem mais oito em relação à legislatura anterior, dos quais cinco mulheres, uma a mais em relação à IX Legislatura.
c/ Inforpress