Neusa Gomes, de 43 anos, é artesã de profissão, trabalha na área já há alguns anos, enquanto Gilliane Monteiro, filha, descobriu a sua paixão pela arte ainda criança. Mãe e filha, que embora não trabalhem propriamente juntas devido a outros compromissos, partilham o amor pela arte. Uma história de cumplicidade e entrega ao mundo das artes.
A mãe, Neusa Gomes, iniciou este seu percurso na adolescência, sem ter a noção de que aquilo que fazia se configurava em arte. Mas, a “brincadeira com a máquina e com as agulhas”, como ela própria classifica, deu lugar ao que hoje é a sua profissão.
“Fazia roupas e sapatos de bonecas. E tinha uma vizinha, Dona Ângela, de quem sinto orgulho, uma das costureiras antigas. Gostava muito de sentar com ela, porque achava muito lindo o facto dela pegar num pedaço de tecido e transformá-lo em roupa”, conta.
Com o passar do tempo, e com a aquisição de experiência, Neusa Gomes começou a fazer conjuntos para bebés, conjuntos de cozinha e arranjava algumas roupas dos seus clientes.
Há sensivelmente três anos, associou-se a uma pessoa e conseguiram um espaço no Quintal das Artes no Mindelo. Contudo, há cerca de um ano, a artesã começou a trabalhar por conta própria, tornou-se empresária e possui uma microempresa, a “Neusa Gomes Artes”.
Arte como um hobbie
Já Gilliane Monteiro, de 23 anos e filha de Neusa, mais conhecida por Gilly, é estudante do 4º ano de Licenciatura em Ortóptica e Ciências da Visão, mas herdou também da mãe a sua paixão pela arte.
Devido aos seus estudos, não consegue dedicar-se inteiramente à feitura dos seus artigos para venda, contudo, transformou isso num hobbie e encontra sempre tempo para dar resposta à demanda dos clientes.
“Eu e a minha mãe não trabalhamos propriamente juntas, porque a escola não permite. Mas sempre que tenho algum tempo para dedicar aos meus trabalhos, eu costumo ir ao seu atelier, pois ali tem materiais e ferramentas. Eu faço os meus produtos e a minha mãe os
dela. Depois coloco os artigos na minha página”, explica.
Na página de Facebook “Gih_k_fez” pode-se encontrar muitos artigos, feitos por mãe e filha, como “elásticos de cetim, elásticos de pom-pom, necessaire, porta-moedas, chaveiras, turbantes, toucas de cetim, bonecos de pano, chinelos customizados com croché, e bonecos
porta celulares”.
Além disso, fazem itens para crianças e lembrancinhas para aniversários. Os preços variam de acordo com cada item e caso façam pedidos através da página, a Gilliane faz a entrega.
Arte e Covid-19
Porém, nos últimos tempos, devido à pandemia, Neusa Gomes confessa que a procura do público vem caindo devido à situação pandémica, tendo em conta que quem mais procura os seus artigos são os turistas e os emigrantes “que levam algo que os faz lembrar Cabo Verde”.
Ademais, um outro problema que afeta a área, segundo a artesã, é o reconhecimento.