O coordenador-geral do curso de Medicina em Cabo Verde, Fernando Regateiro, disse hoje que o novo mestrado será um “fator de equidade” no acesso à formação médica naquele país africano, promovendo o diálogo na comunidade lusófona.
Fernando Regateiro realçou hoje à agência Lusa que o Mestrado Integrado de Medicina (MIM), que arrancou oficialmente na Universidade de Cabo Verde (UniCV), na Praia, no dia 07, deverá “fazer do ensino médico uma ponte de diálogo” na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e na região ocidental de África.
O MIM terá de constituir-se como “fator de equidade no acesso à formação médica” naquele país da CPLP, cabendo-lhe ainda “assegurar capacidade formativa endógena”, bem como “atrair e congregar recursos humanos de diversas áreas do saber”.
O médico formado na Uni-CV “será tão bom como os melhores de outras latitudes, com conhecimentos, aptidões e habilidades de índole médica que o capacitem para um exercício da arte médica de qualidade, merecedor de reconhecimento por pares de outros países”, salientou o professor catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC).
Por outro lado, segundo um texto – a que a Lusa teve hoje acesso – que Fernando Regateiro vai publicar, dentro de alguns dias, no portal da Universidade de Cabo Verde, cada futuro profissional habilitado com o MIM será “portador de autonomia técnica e científica” para poder responder “às necessidades do país ditadas pelas realidades geográfica, epidemiológica e nosológica, as duas últimas concatenadas com as fases de transição demográfica, epidemiológica e nutricional” em que o arquipélago se encontra.
“A natureza insular do país relevou a necessidade de formação e treino específicos dos estudantes para terem, como futuros médicos, uma elevada capacidade resolutiva, em isolamento”, refere.
Para Fernando Regateiro, antigo presidente do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), importa também que o novo mestrado da Uni-CV venha a “contribuir para a sustentabilidade da economia” de Cabo Verde, quanto a “produtividade, redução de evacuações, atração de estudantes e utentes estrangeiros”.
Criado no âmbito de uma parceria entre as universidades de Cabo Verde e de Coimbra, o Hospital Agostinho Neto e a Ordem dos Médicos de Cabo Verde, o Mestrado Integrado em Medicina vai funcionar, numa primeira fase, com sete professores portugueses e sete cabo-verdianos.
“Incentivar e suportar tecnicamente a fileira económica da saúde” e “ser fonte de receitas próprias da UniCV”, através da prestação de serviços, são outros dos objetivos enunciados pelo coordenador-geral do curso de Medicina.
Mais de 100 candidatos concorreram às 25 vagas abertas para este primeiro curso, para o qual foi exigida uma média de 17 valores.
A cerimónia de abertura do curso, no dia 07, em que participaram as entidades parceiras dos dois países, foi presidida pelo primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves.
Fonte: Lusa
Curso de Medicina em Cabo Verde será ponte de diálogo na CPLP – coordenador
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