Assinala-se neste domingo,21, o Dia Internacional da Síndrome de Down. Na sua mensagem alusiva à data, a presidente da Colmeia, Isabel Moniz, chama atenção da população para uma melhor atenção a esta camada, e para a necessidade de uma política pública capaz de dar respostas, sublinhando o lema “Não rotule” as pessoas pela sua condição ou deficiência.
Neste dia, em que se comemora o Dia Internacional da Síndrome de Down, a presidente da Associação de Pais e Amigos de Crianças e Jovens com Necessidades Especiais (COLMEIA) reforça a mensagem de uma melhor atenção às pessoas com esta deficiência, sobretudo neste tempo difícil da covid-19, sublinhando que o lema deste ano será o mesmo do ano passado – “Posso ter uma deficiência, mas sou um ser humano. Não me rotule”.
“O dia é assinalado mundialmente para que a população esteja, de facto, atenta a esta camada. Da COLMEIA, a mensagem vai directa às famílias para estarem atentas a buscar respostas, sobretudo neste tempo difícil. Encorajar as famílias, e mostrar como lidar com estas pessoas em casa e deixar uma mensagem para não rotular as pessoas com deficiência, uma vez que qualquer um de nós está sujeito“, diz Isabel Moniz em entrevista ao A NAÇÃO online, sublinhando o lema das Nações Unidas para este ano, e a necessidade de uma política pública capaz de dar respostas a esta camada.
“O lema das Nações Unidas para esta data é ‘conectar’ – conectando para o mundo, conectar para esta temática e esta problemática, nomeadamente para que os poderes públicos possam trabalhar as políticas públicas que vão de encontro às respostas, nomeadamente a escola, com o acompanhamento psicopedagógico e o professor de apoio onde é necessário. Em termos de saúde, as respostas tanto nos serviços primários, como nos hospitais, assim como o programa da inserção e também da formação profissional, o emprego protegido, entre outras necessidades”.
Em particular, em Cabo Verde, a COLMEIA espera um trabalho das políticas públicas que vá de encontro às respostas dessa necessidade.
No contexto da pandemia, esta população sofreu ainda mais, diz a nossa entrevistada. Isto porque “por vezes estão em situação de mais vulnerabilidade, mas também, por vezes, a questão da pobreza em que muitas famílias vivem. É uma chamada de atenção para que a população esteja mais atenta”, sublinha.
Atividades alusivas à data
Tendo em conta o novo contexto devido à covid-19, Isabel Moniz diz que pretendem celebrar o dia Internacional da Síndrome de Down no dia 16 de Abril, data em que a COLMEIA completa os seus 7 anos de vida.
A esta data, junta-se também a celebração do Dia da Conscientização do Autismo, assinalado a 2 de Abril. O dia será marcado por uma actividade física.
“Vamos fazer uma actividade física para assinalar as três datas. Vamos passar a mensagem, o lema, usar cartazes, etc. Temos também uma actividade com uma artista plástica que está a trabalhar com estes adolescentes na pintura. Será uma actividade recreativa com as crianças e adolescentes com síndrome, autismo, mas também para crianças e adolescentes portadoras de outras deficiências”, explica.
Histórico
A síndrome de Down é causada pela presença de três cromossomos 21, em todas, ou na maior parte das células de um indivíduo. Isso ocorre na hora da concepção de uma criança. As pessoas com síndrome de Down, ou trissomia do cromossomo 21, têm 47 cromossomos em suas células em vez de 46, como a maior parte da população.
Relativamente à data, Down Syndrome International escolheu o dia 21, do mês 3(Março), para a comemoração do Dia Internacional da Síndrome de Down, por fazer referência à trissomia do cromossoma 21. A data foi adotada pela Organização das Nações Unidas em 2016 e é celebrada por 193 países.
O objetivo do Dia Internacional da Síndrome de Down é dar voz às pessoas que vivem com a síndrome de Down, combatendo a desinformação e o preconceito com a síndrome. A data serve para destacar que a Síndrome de Down não é uma doença, mas sim uma condição genética, e que ela não impede a vida social normal da pessoa.