O presidente do Níger, Mahamadou Issoufou, venceu o Prémio Ibrahim para a Excelência na Liderança Africana 2020. O anúncio foi feito pela Fundação Mo Ibrahim, esta segunda-feira (8), após uma reunião do seu Comité do Prémio independente.
Segundo uma nota da Fundação Mo Ibrahim, “o presidente do Níger demonstrou uma liderança excecional e respeito pela democracia perante uma combinação de desafios sem precedentes”.
Mahamadou Issoufou cumpriu dois mandatos de cinco anos como presidente do Níger: de 2011 a 2020. É a sexta individualidade galardoada com o Prémio Ibrahim, que reconhece e celebra a excelência na liderança africana. O Prémio Ibrahim visa distinguir líderes excecionais que, durante o seu mandato, tenham desenvolvido os seus países, reforçado a democracia e protegido o Estado de direito em benefício comum do seu povo.
O Comité do Prémio elogiou a excecional liderança do Presidente Issoufou depois de herdar uma das economias mais pobres do mundo, enfrentando desafios aparentemente intransponíveis. Ao longo do seu mandato, o Presidente Issoufou fomentou o crescimento económico, demonstrou um compromisso inabalável para com a estabilidade regional e a constituição e defendeu a democracia africana.
Ao anunciar a decisão, Festus Mogae, presidente do Comité do Prémio e ex-Presidente do Botswana, afirmou: “Perante os mais graves problemas políticos e económicos, incluindo o extremismo violento e a desertificação crescente, o Presidente Mahamadou Issoufou conduziu o seu povo por um caminho de progresso. Hoje, o número de nigerinos que vivem abaixo da linha de pobreza caiu para 40%, em comparação com 48% há uma década. Embora persistam desafios, Issoufou manteve as suas promessas para com o povo nigerino e abriu o caminho para um futuro melhor. Após cuidadosa reflexão, o Comité considera o Presidente Issoufou um digno vencedor do Prémio Ibrahim.”
O Presidente Mahamadou Issoufou foi democraticamente eleito presidente pela primeira vez em 2011, após muitos anos de governação militar no Níger. Foi eleito para um segundo mandato em 2016 e renunciou ao poder no final do mesmo, demonstrando o seu claro respeito pela constituição.
Os dados do Índice Ibrahim de Governação Africana (IIAG) 2020 sublinham as realizações do Presidente Issoufou. Durante os seus 10 anos como Presidente, o Níger fez progressos em variadas áreas, incluindo a melhoria em todas as quatro subcategorias do Desenvolvimento Humano. No final da década, o Níger ocupava o 28.º lugar do IIAG entre 54 países. Está entre os dez países africanos que mais robusteceram as oportunidades socioeconómicas para as mulheres.
Ao conhecer o resultado das deliberações do Comité do Prémio, Mo Ibrahim afirmou: “Estou encantado com a decisão do Comité do Prémio de tornar o Presidente Mahamadou Issoufou um laureado com o Prémio Ibrahim. É um líder notável que tem trabalhado incansavelmente para o povo do Níger, enfrentando com determinação e respeito alguns dos desafios mais difíceis da região. Estou orgulhoso de ver Issoufou reconhecido como exemplo de liderança excecional e espero que o seu legado inspire gerações de líderes africanos.”
O Presidente Mahamadou Issoufou junta-se à Presidente Ellen Johnson Sirleaf da Libéria (2017), ao Presidente Hifikepunye Pohamba da Namíbia (2014), ao Presidente Pedro Pires de Cabo Verde (2011), ao Presidente Festus Mogae do Botswana (2008) e ao Presidente Joaquim Chissano de Moçambique (2007) como laureado com o Prémio Ibrahim. O Presidente Nelson Mandela foi nomeado Laureado Honorário inaugural em 2007.
O Prémio Ibrahim é um prémio de cinco milhões de dólares (USD) pago ao longo de 10 anos. Assegura que o continente africano continue a beneficiar da experiência e da sabedoria de líderes excecionais quando estes deixam de exercer funções oficiais, permitindo-lhes continuar o seu inestimável trabalho noutras funções cívicas respeitantes ao continente.
Os candidatos ao Prémio Ibrahim são todos ex-chefes de Estado, ou de governo africanos, que cessaram funções nos últimos 3 anos civis, tendo sido democraticamente eleitos e cumprido o seu mandato constitucionalmente atribuído.