Elisângela Sanches Cabral, também conhecida por Funa e moradora na cidade de Calheta no interior de Santiago, encontrou na confecção e entrega de “Caixa Surpresa” uma forma de conseguir uma renda extra, driblar a crise e levar a felicidade mesmo a quem esteja longe.
O conteúdo da “Caixa Surpresa” fica a encargo do cliente. “Alguns pedem que seja acompanhado por bolos, pizzas e outros tipos de doces e salgados, tudo feito por mim” explica Elisângela, destacando que fazer arte é a sua paixão.
Elisângela conta que fez uma formação em arte e cabedal, na Cidade da Praia, no Espaço Aberto Safende, onde aprendeu a confeccionar sandálias e restaurar cestas.
Inicialmente, fazia sandálias e cestas. Posteriormente, passou a confeccionar “Caixa Surpresa” juntamente com uma amiga. “Publicamos na internet, as pessoas gostaram e começaram a fazer-nos pedidos” relembra.
O material usado para confeccionar as caixas depende muito daquilo que o cliente quer. “Se for algo simples, pode ser feito numa caixa a base de cartolina, mas, se for para levar bolos e outras coisas mais pesadas, como bebidas engarrafadas, já fazemos com papelão que é mais resistente” explica.
Para além da “Caixa Surpresa”, Funa também faz cestas com presentes e, segundo conta, com a chegada do Dia dos Namorados há muitos pedidos. Neste momento, trabalha sozinha, mas afirma que, quando tem muitos pedidos, uma amiga ajuda-a no preparo das caixas e vice-versa. O trabalho é feito na Cidade de Calheta, mas faz entregas em todos os pontos da ilha de Santiago, garante a promotora do negócio.
Apesar da pandemia da covid-19 ter colocado muitos negócios em risco, Funa admite que, no seu caso, não teve um efeito tão devastador, uma vez que “muitas pessoas deixaram de fazer festas, como aniversários, e passaram a encomendar mais ‘Caixa Surpresa’”.
Há mais de um ano que iniciou a confecção da “Caixa Surpresa”, e, segunda conta, este é um mês em que está a receber uma grande quantidade de pedidos, tanto para aniversários, “como de amantes que querem surpreender a sua cara metade”.
Neste momento, Elisângela Cabral confecciona a “Caixa Surpresa” na sua casa, uma vez que ainda não conseguiu um lugar para montar o negócio. Para conciliar o tempo de preparo das caixas e cestas e o trabalho no jardim infantil, diz que, às vezes, tem de trabalhar à noite.
Para quem queira iniciar o seu próprio negócio, aconselha que é preciso arriscar, porque cada um tem o seu dom. “Não tenham medo das críticas e nem pensem que errar é o fim do mundo, basta não desistirem que, com o tempo, vão ser capazes de fazer sem errar”.
