“Um Sonho de Liberdade” é um dos filmes mais amados da década de 90 e continua a conquistar o coração do espectador, porque, como dizem os críticos, as suas mensagens tocam verdadeiramente o subconsciente e fala diretamente à essência humana. Seja como for, nesta edição do A NÃO PERDER também pode conferir a sugestão de mais um filme e do livro Anna Karenina, considerado o melhor romance de todos os tempos.
Um Sonho de Liberdade (The Shawshank Redemption – 1994)
Andy Dufresne (Tim Robbins) é condenado a duas prisões perpétuas consecutivas por crimes que ele não cometeu. No presídio, durante 19 anos, ele faz amizade com Red (Morgan Freeman), um prisioneiro que cumpre pena há 20 anos e controla o mercado negro da instituição.
A chegada do jovem Andy (Robbins) à penitenciária perturba os veteranos, como Red (Freeman), que apostou que aquela figura franzina, silenciosa, seria facilmente quebrada logo na primeira noite. Ao constatar que o novato manteve-se impávido, não apenas naquela noite, como também nas posteriores, o sistema de crenças da ave engaiolada, acostumada à escravidão, foi implacavelmente destruído.
Todos os presos juram que são inocentes, mas, nos lábios do rapaz, a defesa apaixonada de que uma terrível injustiça foi cometida é intensamente crível. A curiosidade debochada logo deu lugar à admiração por uma luta para extrair da vida o doce sumo da preciosa e inegociável liberdade.
“Um Sonho de Liberdade” é o filme mais bem avaliado de todos os tempos pelo público no IMDB (Internet Movie Database), o maior site sobre cinema do mundo. A obra é baseada no livro de Stephen King (“Rita Hayworth e a Redenção de Shawshank”) e foi dirigido por Frank Darabont (“À Espera de Um Milagre”).
“Listen” (2020)
A nossa proposta de outro filme para esta edição do A NÃO PERDER recai sobre o filme “Listen”, tido como o “Melhor Filme Português” e o mais visto de 2020, por mais de 41 mil espectadores.
Este filme, baseado em factos reais, aborda o drama de um casal português emigrado, a quem os serviços sociais e judiciais britânicos retiram, injustamente, os filhos por suspeitas de maus tratos.
“Listen” foi duplamente distinguido no Festival de Cinema de Veneza, em setembro de 2020: Leão do Futuro “Luigi De Laurentiis” para Melhor Primeira Obra e Prémio Especial do Júri da secção Horizontes.
Trata-se de uma coprodução luso-britânica e foi rodada nos arredores de Londres com elenco português e inglês, encabeçado por Lúcia Moniz, Ruben Garcia e Sophia Myles.
Anna Karenina: o melhor romance de todos os tempos
A história de Anna Karenina é bem conhecida de todos, mesmo daqueles que nunca leram o livro ou viram uma adaptação cinematográfica da história.
A personagem principal, Anna Karenina, é casada com um importante oficial da Rússia e vive entre os salões da aristocracia. Em pleno século XIX, esta elite russa está ainda a algumas décadas de distância da Revolução que mudou para sempre o país.
As personagens vivem por isso rodeadas de luxos e glamour, mesmo que a grande maioria da nação continue num estado de pobreza profunda. Mas há algo de decadente entre a própria aristocracia, algo que parece não estar a funcionar e que desgraça a vida de Anna Karenina.
Presa a um casamento frívolo, que a obriga a ser devota a um homem mais velho com quem não escolheu casar, Anna escolhe seguir o coração, desafiando as regras que a sociedade impôs para aquilo que está certo e errado.
Entre bailes e estações de comboio, apaixona-se pelo jovem Conde Vronsky e vive a grande paixão que o casamento nunca lhe permitiu. Por norma, os leitores são os únicos a simpatizar com Anna e a perdoar este seu crime. Ao longo das páginas do livro, são poucas as personagens que não condenam Anna Karenina pelo que fez.
Leão Tolstoy, o autor de Anna Karenina
Leão Tolstoy é e será para sempre um dos maiores autores de todos os tempos. Além de Guerra e Paz, é bem recordado na história da literatura pela a sua obra Anna Karenina, um dos trabalhos mais emblemáticos do Realismo e considerado frequentemente como o melhor romance de todos os tempos.
O registo de Tolstoy em Anna Karenina é claro e direto. Porém, é preciso ter paciência para ler este romance, apesar da leitura não ser tão difícil como se espera. Não espere ler o livro numa semana ou sequer um mês. A leitura é longa e o enredo extenso, mas não há muitas palavras complicadas e as frases não precisam de ser lidas e relidas para que se perceba o que querem dizer.
O enredo contem profundas reflexões sobre a passagem do homem pela terra, o amor e o ódio, o ciúme e a obsessão, a tentação e a repressão, religião e espiritualalidade, política e sociedade, o nascimento e a morte. De tudo um pouco fala este livro, tendo como fundo a belíssima Rússia imperial e cidades como Moscovo, St. Petersburgo e até mesmo o vasto e extenso território dos Urais.