O mais novo álbum do rapper de São Vicente Expavi Lazarus tem também a assinatura do multi-intrumentista Hernâni Almeida. “K1 class da gaita” deve chegar ao mercado em Novembro e, ao que tudo indica, pretende ser uma nova guinada no percurso daquele rapper a viver, hoje em dia, nos EUA.
Com 13 faixas, “K1 class da gaita” é o nome do próximo álbum de Expavi, que deve estar disponível no mercado a partir de Novembro, mês em que se comemora internacionalmente o hip hop. Trata-se, segundo o autor de uma homenagem ao mestre Paulino Vieira.
“’K1 class da gaita’ é uma expressão muito utilizada por Paulino Vieira e decidimos colocar este nome ao meu novo disco”, começa por explicar Expavi. “O álbum é uma homenagem ao mestre e também ao Ice Company, o primeiro grupo musical ao qual fiz parte, em São Vicente”.
Esse é um álbum feito em parceria com Hernâni Almeida, multi-instrumentista e produtor musical que tem trabalhado muito com os jovens artistas de Cabo Verde.
No “K1 class da gaita” Expavi rompe com as batidas do hip hop americano, para entrar nos ritmos produzidos por instrumentos tradicionais, como piano acústico, cavaquinho, guitarra. “É um álbum autêntico, original, com batidas do rap e melodias com sabor de Cabo Verde. Razão disso é mostrar o verdadeiro rap crioulo, tudo a ver com a mensagem e a produção musical”, diz Expavi.
QUÍMICA
Por essa razão, o artista, que actualmente reside nos Estados Unidos da América, chamou Hernâni Almeida para o ajudá-lo a catapultar o terceiro álbum para um novo nível. “Hernani é um líder”, afirma Expavi
Sem medo da reacção dos seus admiradores a decisão de colocar um álbum de hip hop inteiramente à disposição de instrumentos tradicionais, Expavi diz que que a música não tem fronteiras. “Quem sabe, faz”, responde.
Da junção dos dois mindelenses, Expavi diz que, do novo álbum, se pode esperar “muita criatividade, ritmo e poesia, mensagem verdadeira e clara”.
O single de lançamento para este trabalho é “El è mnine, kontinuidade”, da autoria de Expavi, música de Hernâni Almeida e participação especial de Naná.
“K1 class da gaita” é um álbum que traz ainda mensagens de superação, mas também não deixa de lado o hip hop de intervenção com o qual Expavi já acostumou o seu público. “É um álbum que tem muitas mensagens de luta e superação, esperança mas também de revolta”, adianta o músico.
“Geograficamente somos um país muito feliz, mas, politicamente, somos péssimos e estamos tristes, escondidos atrás de um sorriso, enganados, dominados e manipulados pelo sistema”, afirma ainda Expavi. “Este trabalho é inspirado na vida quotidiana, no meu dia-a-dia, nas minhas experiências, nos desafios e na inteligência universal”.
O álbum foi gravado em Cabo Verde e a mistura e masterização foram nos EUA. “O álbum está em andamento há um ano. Estamos à espera de patrocinador para pô-lo na rua. Se fosse alguma barbaridade, ou outras coisas do tipo, já tinha aparecido patrocínio há muito tempo”, reclama.
Para além de Hernâni Almeida, o disco junta vozes de outros talentos de Cabo Verde, como Jenifer Solidade, Dino d’Santiago, Yannick Martins, Hilário, Nelly Crcuz, Kyddie Bonz, Aluízio, Kuart K, Éder Xavier, Tochi, Naná, Samanta, Carmen e Shone James.
MEGA SHOW NAS ILHAS
Expavi trocou Cabo Verde pelas terras do Tio Sam há já algum tempo, “em busca de uma vida melhor”. Mas, mesmo assim, não deixou o seu lado artístico e de rapper morrer. “A música vive em mim e por isso acredito que brevemente retornarei aos palcos”, promete.
Mas, enquanto isso não acontece, Expavi divide o seu tempo entre o trabalho e a música, neste caso no seu próximo álbum, e, quando estiver pronto, afirma que irá ser disponibilizado as lojas digitais como iTunes , Spotif, mas também espalhar pelas redes sociais.
Depois do lançamento, Expavi espera retornar a Cabo Verde para espectáculos de apresentação de “K1 class da gaita”. “Supostamente um mega show nas ilhas, já estou a pensar nisto”, deixa escapar.
