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Boa Vista

Agentes culturais dizem enfrentar dias difíceis

Na ilha da Boa Vista, à semelhança de outras ilhas no país, artistas e promotores de eventos saíram às ruas nesta quinta-feira, em uma marcha, reivindicando o direito ao trabalho e mais apoio do Estado.

Foram dezenas de profissionais do sector da Cultura que se concentraram na Praia D’diante, na Boa Vista, trajados de preto em sinal de luto. Seus materiais de trabalho como instrumentos e equipamentos de som foram colocados à frente de “Té Manché” para demonstrarem a “estagnação” da Ccultura, depois de dez meses de inatividade.

O organizador do evento na ilha da Boa Vista, Percly Lima, lamentou o facto de se ter criado todas as condições para que outras instituições e empresas começassem a trabalhar, contudo o mesmo esforço e medidas não foram tomadas em relação à classe a que pertence.

“Para os promotores culturais não foi criado nada. Se formos ver, quase todos os profissionais ligados ao som têm investimentos nesta área, mas todos estão parados. Além do mais, não há nada para regularizar a forma como nós trabalharmos”, disse esse promotor de eventos que apela por uma resposta das autoridades competentes.

Investimentos perdidos

José Lima “Piriquito”, outro promotor de eventos, partilha da mesma indignação de Percly Lima, frisando que a cultura está “estagnada, sem produção de rendimentos”. Além disso, José Lima fez referência aos grandes investimentos feitos com equipamentos de som e gravação que no momento encontram-se “fechados em armazéns” devido à falta de trabalho.

“Não conseguimos trabalhar porque acham que criamos aglomeração de pessoas. Precisamos trabalhar, eu no meu caso tenho materiais fechados na garagem, não temos forma de trabalhar, de viver. É complicado”, disse.

O promotor de eventos avança ainda que a sua equipa tem responsabilidades no que diz respeito ao sustento familiar e que não possuem nenhum outro meio de rendimento.

Os agentes culturais de diversas ilhas do país saíram às ruas na tarde desta quinta-feira,14, para chamar a atenção do Governo de Cabo Verde em relação à Cultura, onde muitos artistas e promotores de eventos dizem ter “chegado ao limite” e apelam por uma intervenção rápida das autoridades.

C/ Inforpress

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