Os agentes culturais de Santo Antão unem-se a outras ilhas do país para mostrar a insatisfação da classe artística em tempos pandémicos na manifestação nacional marcada para esta quinta-feira,14. A palavra de ordem é a luta pela profissionalização dos artistas e agentes culturais e a dinamização da cultura de Santo Antão.
São vozes que “querem trabalhar”, mas são impedidos pelo pandemia que levou, desde cedo, ao condicionamento da cultura em todo o país. Neste sentido, pedem mais benefícios e solicitam a criação de uma linha de emergência para a cultura e indústrias criativas.
Luís Monteiro é músico profissional em Santo Antão. Segundo diz, participa na manifestação de quinta-feira, 14, por considerar que durante a pandemia a Cultura foi uma das classes mais prejudicadas e que não teve alternativa de viver daquilo que sabe fazer.
Na mesma linha, o artesão e pintor Carlos Lopes considera que os artistas de Santo Antão estão desmotivados e apela à união dos agentes culturais para fazerem valer os direitos que têm.
“A cultura de Santo Antão não tem impacto na vida das pessoas. Os artistas não sentem o impacto da cultura e acho que precisamos de muito mais, precisamos de uma intervenção. Constata-se a desmotivação de artistas a nível da ilha, o que provoca uma queda dos agentes da cultura. Dizer que um artista é um profissional é necessário que ele viva dignamente do seu trabalho”, considera Carlos Lopes.
Esses artistas gostariam que a classe fosse protegida como outras profissões e que em situações de pandemia como a que se vive tivessem alguma garantia.
Solicitam a criação de uma Linha de Emergência, que passa pela criação do Estatuto Profissional de Artista e Agente Cultural, criação do Estatuto de Utilidade Pública às entidades promotoras de bens e serviços culturais e subsídio de sobrevivência aos trabalhadores informais do setor.
Ainda pedem linha de crédito bonificado para empresas do setor e isenção de taxas de impostos, entre outras reivindicações.
Em Santo Antão, o encontro para a manifestação acontece em frente à Câmara Municipal do Porto Novo.