O empresário português César do Paço vai ser exonerado do cargo de cônsul de Cabo Verde na Flórida, garantiu, ontem à tarde, o primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva.
Isto contrariamente ao avançado inicialmente pelo próprio Governo de manhã que o mesmo se iria manter no cargo, após a polémica despoletada em relação à ligação do De Paço com o partido de extrema-direita português – Chega.
Durante a inauguração das obras de requalificação urbana e ambiental de Chã de Alecrim, na Calheta de São Miguel, Ulisses Correia e Silva garantiu ainda aos jornalistas que nem o Governo, e nem o MpD (Movimento para a Democracia), têm alguma ligação com o partido de André Ventura – Chega.
“[O pedido de demissão do ministro Luís Felipe Tavares] é uma decisão que devemos respeitar, mas uma coisa que quero deixar bem claro é que este Governo e o partido que o sustenta – MpD – não têm nenhuma ligação de afinidade, nem de simpatia com os partidos tipos Chega e nem com partidos da sua linha ideológica similar”, assegurou.
O pedido de demissão de Luís Filipe Tavares foi aceite pelo Governo devido à polémica despoletada por uma reportagem da SIC, que aponta o empresário português César Do Paço, como um dos principais financiadores desse partido de extrema-direita, em Portugal.
Para o chefe do Governo, a decisão do ministro demissionário visou “proteger” o executivo e a si mesmo dos “ataques”, que, conforme ele, a oposição estava ou está a preparar para fazer, visando “destruir a sua pessoa [Luís Filipe Tavares] e atingir o Governo”.
Fica-se agora aguardar a nomeação de um novo ministro dos Negócios Estrangeiros e da Defesa que será primeiro apresentado ao Presidente da República e só depois anunciado.
Miriam Pires/Estagiária
C/Inforpress