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Covid-19

Praia: Paciente denuncia preconceito em clínica por ter histórico de covid-19

Cláudia Sousa (nome fictício), de 44 anos, acusa a clínica Oftalmed, no bairro da Fazenda, Cidade da Praia, de lhe negar o atendimento médico, alegadamente por ter histórico de uma infecção por covid-19.

Segundo esta fonte, que “para evitar o preconceito” prefere ficar em anonimato, na quinta-feira passada, uma semana após receber alta, dirigiu-se à clínica privada para uma consulta de rotina. Segundo diz, foi-lhe colocada uma série de questões – procedimento padrão de segurança – onde alegou já ter tido covid-19.

Após dar a informação, diz, a recepcionista foi falar com o médico que deveria atendê-la, que por sua vez solicitou uma declaração ou comprovativo da sua alta.

Não tendo esta declaração, já que não é emitida pelas autoridades sanitárias, a paciente explicou que, na altura, apenas pediu o documento para apresentar no trabalho, para efeito de justificação de faltas. Mesmo assim, alega, foi informada que só seria atendida com a referida declaração.

 “Sai do consultório e a caminho de casa liguei novamente a avisar que faria uma denúncia. Passados 30 minutos o próprio médico me ligou, disse que tinha havido um grande mal-entendido e que eu poderia voltar para a consulta. Entretanto, ao regressar, o desespero e o medo que sentia de mim eram visíveis”, explica.

Após “alguns minutos de consulta e várias perguntas”, alega a ofendida, o médico teria sugerido não prosseguir com o atendimento, reaver o seu dinheiro e regressar entre 15 dias a um mês depois.

“Por ser uma consulta de vista, ele alegou que a covid-19 poderia ter provocado alguma alteração nos meus olhos, fazendo com que ainda não estivessem retornado ao estado normal. Me levantei e fui embora”, alega.

Entretanto, ao marcar a mesma consulta em uma outra clínica, teria sido atendida “sob medidas claras de segurança, mas sem nenhum constrangimento”.

A altura deste episódio, diz Claudia Sousa, já haviam se passado três semanas desde o seu diagnóstico e uma semana desde que recebeu alta.

“Receber um teste positivo tem um peso emocional muito grande. Os meus sintomas físicos foram leves mas eu sofri emocionalmente e ter sido tratada daquela forma pesou ainda mais. Portanto, é uma atitude inadmissível, especialmente vindo de um profissional da saúde, que espera-se estar melhor preparado para lidar com esta situação”, considera a queixosa.

Para além de recusar o atendimento, diz a nossa fonte, o médico ainda a tinha alertado para a possibilidade de não estar verdadeiramente curada, o que, segundo diz, a deixou ainda mais aflita.

“Já tinha ouvido falar desse preconceito mas não imaginava encontrá-lo num médico”, lamenta, avisando que pretende avançar com uma queixa nas autoridades de regulação competentes.

Procurado para apresentar a sua versão dos factos, o médico visado na denuncia remeteu uma reação para quando esta matéria fosse publicada.

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