Esta declaração foi feita, esta quinta-feira, durante a cerimónia de apresentação pública da instalação da referida embaixada, que teve lugar no Palácio da Várzea. Contudo, o chefe do Governo não avançou o nome do futuro embaixador.
Ulisses Correia e Silva não apresentou uma data concreta para abertura oficial da missão diplomática em Bissau, mas disse que tal deve acontecer até Janeiro do próximo.
“O mais tardar até Janeiro. Poderemos, eventualmente, fazê-lo antes. Já há indicações de quem poderá ser o embaixador, mas não posso dizer o nome porque isto depois percorre os seus trâmites, tem que se fazer a acreditação, a nomeação e só depois a instalação”, afirmou Correia e Silva
O primeiro-ministro explica que a abertura da embaixada em Bissau, mesmo em tempos de pandemia, deve-se à necessidade de se estreitar cada vez mais as relações históricas e de irmandade entre os dois países.
“Retribuímos o que a Guiné-Bissau fez por iniciativa pioneira de instalar a sua embaixada em 2018 aqui em Cabo Verde, começando a funcionar com um embaixador residente. Nós vamos ter também um embaixador residente em Bissau. Não só porque as nossas relações justificam. Vem tarde, mas nunca é tarde. As nossas relações, sejam diplomáticas, da história e da cultura, mas também económicas que pretendemos ver desenvolvidas, mas a nossa comunidade ver-se-á muito melhor representada”, elucida o chefe do Governo citado pela RCV.
Por sua vez, o embaixador da Guiné-Bissau em Cabo Verde, M’Bala Alfredo Fernandes, destacou a concretização de um projecto antigo e ressaltou que a história uniu os dois povos em séculos de “dor e de esperança, carregada de simbolismos e de espírito de unidade”.
“Decidiu-se em bom momento, em 2011, criar o primeiro Consulado Geral de Guiné-Bissau em Cabo Verde. Esse consulado geral trabalhou no sentido de ajudar a integrar e organizar melhor a nossa comunidade residente”, frisou o diplomata que avançou ainda que, segundo os dados e fontes estatísticas, estima-se que esteja a viver em Cabo Verde entre sete a 10 mil guineenses.
“Sentem-se em casa. Costumamos dizer que há uma falta administrativa, mas não é falta de apoio social, não é falta de sentirem-se em casa numa terra que os acolheu e onde estão a trabalhar e formar as suas famílias”, finalizou o diplomata guineense.