Depois de pôr em dúvida a saúde mental de Macron, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdoğan, juntou-se aos apelos a um boicote aos produtos franceses.
Na Síria, no Iraque ou no Paquistão, as manifestações contra o Presidente Emmanuel Macron e o Governo francês repetem-se um pouco por todo o Mundo Árabe e países de maioria muçulmana, depois das declarações, a propósito do assassínio de um professor, em que defendeu a publicação das caricaturas o profeta Maomé.
Para muitos fiéis – lembra o portal pt.euronews.com -, estas caricaturas, que o professor assassinado tinha mostrado numa aula, são um insulto à Religião. A representação visual do profeta é estritamente proibida no Islão.
Diz um homem, numa manifestação no Paquistão: “Queremos informar o presidente francês: não interfiram na nossa religião, não a insultem. Respeitamos todas as religiões e todos os profetas, incluindo Jesus. Respeitamos todos, e não queremos que ele aja de forma a ofender os muçulmanos”.
Os comentários do Presidenta da França, Emmanuel Macron vieram em resposta à decapitação de Samuel Paty, por parte de um jovem tchetcheno, alegadamente, instigado por um pregador fundamentalista.
Macron defende a publicação das caricaturas, que estiveram, já em 2015, na base do atentado mortal na Sede do Jornal “Charlie Hebdo”, com base no direito à liberdade de expressão.
Depois de pôr em dúvida a saúde mental de Macron, o Presidente turco, Recep Tayyip Erdoğan, juntou-se aos apelos a um boicote aos produtos franceses.
Em países como Iémen, Qatar, Argélia e Kuwait, os produtos originários de França estão a ser retirados das prateleiras dos supermercados. Em resposta a Erdogan, a Comissão Europeia pede ao Presidente turco para não descarrilar e voltar ao diálogo com o Bloco Europeu.
“Se continuarmos a ter estas provocações e esta tensão contra a União Europeia – EU – ou os Estados-Membros, vamos ter de pensar mais seriamente numa resposta a essas aCções e declarações”, avisa Peter Stano, porta-voz da Comissão Europeia.
O aumento desta tensão coloca mais pedras na engrenagem das negociações da Turquia sobre uma possível adesão à UE, um processo que começou em 2005, mas está estagnado há vários anos, desde o endurecimento das políticas de Erdoğan, um líder cada vez mais autoritário e criticado pelo Ocidente.
Os episódios de tensão entre a Turquia e a França têm-se sucedido, sobre temas como a Síria, a Líbia e a exploração de gás no Mediterrâneo Oriental.