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Real balanço de COVID-19 só depois do 25 de Outubro. CNE puxa orelhas aos candidatos 

A CNE (Comissão Nacional de Eleições) já veio ao palanque puxar a orelha aos prevaricadores – de plantão! -, alertando-lhes de que comícios, ajuntamentos e carreatas violam a letra e o espírito da Lei. 

1-Só para…

Foi literalmente rasgado.

Mesmo antes da sua aplicação.

Coitado!

Lembre-se dele?

Falamos-lhe do Código de Conduta, aquele chancelado – pelos concorrentes! – às portas da Campanha para as Eleições Autárquicas de 25 de Outubro.

Foi totalmente (quase) “esquecido”.

Quase ante da sua nascença.

Mais uma “cabo-verdura!”.

Justificava-me, um dia desses, um “analista” desta praça, explicando-me, com aquele ar sério que só ele tem, de que “não é a primeira, nem vai ser a última violação” de escritos nesta Terra que Deus Nossenhor plantou no meio do Oceano Atlântico.

“É só para inglês ver!” – acrescentou…

Para emendar a fala, logo de seguida: “Aliás, a tal Comunidade Internacional”…

Mas…adiante…

Voltando ao sério…

Quem está chocado com o comportamento (condenável, a todos os títulos!) dos postulantes aos órgãos municipais, é a CNE (Comissão Nacional de Eleições).

Já veio a terreiro, por intermédio da presidente Maria do Rosário Pereira, chamar à razão, para não se dizer, puxar a orelha aos prevaricadores – de plantão! -, alertando-lhes de que comícios, ajuntamentos, arrauadas e carreatas são uma “violação clara” da letra e do espírito da Lei.

“Em violação clara, tanto das normas legais vigentes impostas pelas Resoluções do Governo, que impõem o distanciamento físico e a não-aglomeração de pessoas, como, também, o Código de Conduta rubricado por todas as candidaturas, além do dever cívico do uso de máscaras”, denuncia Maria do Rosário Pereira.

Pereira lembra aos desavisados – se é que são! -, que, apesar da liberdade de acção que lhes assiste em campanha, isso deve ser casado com outras regalias, fixadas na Constituição da República: os direitos à saúde e à  vida.

Como está ciente da sistemática e persistente “violação” e descumprimento das normas sanitárias e do Código de Conduta, a presidente da CNE incita a Polícia Nacional “a dar voz de prisão, por crime de desobediência” aos promotores de comícios, ajuntamentos, aglomerações e carreatas.

Tudo escorado no artigo 356º, nº 2, do Código Penal – invoca Pereira.

E é aí que a porca russa torce o rabo: vai mesmo haver alguém algemado?

Cá estamos…p’ra ver e contar.

Mas…

O certo-certíssimo mesmo, é que, infelizmente, o real estado da COVID-19, só virá à tona depois do dia 25.

Tomara que Deus nos acuda…

Antes da queda.

2- Exemplos desrecomendáveis 

Uma correria danada.

Perigosa…também!

Rompendo as barreiras do razoável.

E do aceitável.

Para todos: partícipes , mirones e…mesmo para os que estão, eventualmente, em cima do muro.

Sim.

Tentando-se (auto)proteger.

Isso é mesmo de doidos.

Há muito que não se via semelhante roda-viva em maré de Eleições Municipais.

Quanto mais não seja, em contexto de  Pandemia, que nem COVID-19.

Poderia ser um bom sinal e sinónimo de grande envolvimento, participação cívia, manifestação de cidadania e outros que tais, mas, nesta altura do campeonato, devia-se esconjurar e evitar tais ajuntamentos e aglomerações de mau-agoiro.

Como não é assim que está acontecer, felizmente, que  – em contra-ponto e para desgosto de muitos! -, este vírus sorrateiro, oportunista, invisível, mortal, prindante, polémico e….”democrata” também, não olha a quem.

Nem às condições estatutária e financeira de cada qual.

Depois…

Como consagra o sábio e actual adágio popular: “não nos venham dizer, depois, que não vos avisamos”.

Vozes avisadas e entendidas – de vários quadrantes! -, já subiram ao palanque, antes e ainda durante esta caça aos votos, expôr  e provar – por “A” mais “B”! – os malefícios resultantes desses ajuntamentos e aglomerações, mas, infelizmente, os seus clamores e receitas caíram (quase) todos em balaios e bindes furados.

Nesta altura de campeonato – aliás, Campanha Eleitoral! -, em que os políticos deviam ser e servir de exemplos bons, promocionais copiáveis e aconselháveis! -, eis que, tristemente, corporizam o contrário.

Depois…querem que os jovens sejam…

Ser o quê?

3- Unanimismo…

Quando se quer, consegue-se!

Quanto mais não seja, pela nobre causa da protecção da saúde.

De todos.

Como era uma medida que exigia “maioria reforçada”, foi “bonito” de se ver o entendimento chegado pelos sujeitos parlamentares.

Todos eles!

Chegaram a entendimentos, fizeram acertos – aqui e acolá! -, e adoptaram o uso de máscaras faciais obrigatórias, em todos os espaços públicos.

De todo o Território Nacional.

Foi na última Sessão de Outubro, da Assembleia Nacional (Parlamento).

Ficam “poupados” os menores de dez anos e as pessoas, comprovadamente, com problemas de saúde.

Atenção: há multas, aliás, contra-ordenações, para incumpridores.

Começa nos mil e 500 e sobe, sobe…até  aos 15 contos.

Portanto…

Cuida-te, em nome da Saúde Colectiva.

4- Raridade

Cabo Verde marca ponto.

Para positivo.

E para estudo epidemiológico.

No marco do novo Coronavírus, o País registou, semana passada,  um raro sobrevivente.

Um idoso de 93 anos obteve alta, após estar infectado com COVID-19.

O director do Serviço de Prevenção e Controlo de Doenças Prioritárias, Jorge Noel Barreto, enaltece o acontecimento, considerando-o “um caso raro”, uma vez que a maior das mortes pelo novo Coronavírus regista-se em indivíduos desta faixa etária.

A Nível Global.

E em Cabo Verde também.

O primeiro caso de COVID-19 foi notificado, em Cabo Verde, a 19 de Março, na Ilha da Boa Vista, num turista inglês, de 62 anos.

Sete meses e dois dias depois – nesta quarta-feira, 21 de Outubro -, o Arquipélago registava mil 106 casos activos; seis mil 835 casos recuperados; 90 mortos; e dois transferidos; rompendo, assim, a barreira dos oito mil contágios. Para se ser mais exacto: são oito mil e 33 acumulados.

Uma semana antes – a 14 de Outubro -, o País contava mil e 20 casos activos; seis mil 270 casos curados;  79 óbitos; e dois transferidos; totalizando sete mil 371 contágios acumulados.

Feitas bem as contas, ou seja, no período de uma semana – de 14 a 21 de Outubro -, Cabo Verde registou mais 662 novos infectados.

Dá p’ra matutar.

E…seriamente.

5- Esperança 

CoronaVac, Sputnik, Novavax…entre vários outros, “vac”, “nik” e “vax”.

Nos últimos tempos, esses termos relacionados com a busca por uma vacina contra a COVID-19, entraram no nosso vocabulário.

Aliás, já é consenso entre os especialistas que um imunizante seguro e eficaz será a única forma de acabar, de vez, com a Pandemia, com a diminuição definitiva dos números de casos, hospitalizações e mortes.

No seu Relatório de segunda-feira, 19, a Organização Mundial da Saúde (OMS) avalia que 44 candidatas à vacina estão nas fases 1, 2 ou 3 de estudos clínicos, que envolvem testes com seres humanos.

Existem, ainda, mais de uma centena de outras formulações na etapa pré-clínica de pesquisas, com células e cobaias.

Cabo Verde está atento aos passos que estão sendo dados.

Não está fora-de-jogo.

A fazer fé nas declarações do director Nacional da Saúde, Artur Correia, o Ministério acompanha, atentamente, este dossiê de interesse planetário.

“Estamos inseridos num grupo de países que serão apoiados pela OMS e UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância). Já fizemos algumas reuniões preparatórias e estamos a elaborar o nosso Plano de Vacinação, incluindo a programação sobre os grupos-alvos, nomeadamente: os de riscos e os profissionais de Saúde” revela  Correia.

Valeu.

Jogar na primeira água é sempre melhor.

E aconselhável.

P’ra que ninguém fique…p’ra trás.

Publicado no semanário A NAÇÃO, edição 686, de 22 de Outubro de 2020

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