É conhecida esta quarta-feira, 21 de Outubro, a sentença de Sara Furtado, a cabo-verdiana que abandonou o filho, um bebé recém-nascido, num ecoponto, em Santa Apolónia, Lisboa, Portugal, no passado dia 4 de Novembro de 2019.
Conforme noticiou o A NAÇÃO anteriormente, o Ministério Público pediu 12 anos de prisão para a jovem de 22 anos.
Conforme avançou, na altura, o jornal SOL, o facto de a jovem ter escondido a gravidez constitui, para o Ministério Público, “prova de que o abandono do bebé no ecoponto foi um ato premeditado”.
A mesma enfrenta a acusação de tentativa de homicídio. “Grávida de 36 semanas, e em trabalho de parto, na madrugada de 4 de novembro de 2019, deslocou-se junto às imediações da discoteca ‘Lux Frágil’ onde deu à luz um bebé do sexo masculino”, pode ler-se numa nota partilhada no site da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa, citada pelo jornal Sol.
A acusação argumenta ainda que a arguida “colocou o recém-nascido dentro de um saco plástico, juntamente com os demais tecidos expelidos no momento do parto e colocou-o no interior de um ecoponto amarelo, abandonando, de seguida, o local”.
A mulher, justificam “ocultou sempre a sua gravidez” e “decidiu ter o seu filho sem qualquer assistência hospitalar e sem dar conhecimento a ninguém, sempre com o intuito de lhe tirar a vida imediatamente após o seu nascimento, escondendo de todos o que tinha feito”. Factos que terão contribuído então para a acusação de tentativa de homicídio.
O caso foi muito mediatizado, e houve quem saísse em defesa da jovem mãe, apelando à compreensão do contexto e da situação vivida pela mesma, para ter chegado ao ponto de colocar o recém nascido no ecoponto.
A sorte do bebé foi ter sido encontrado por um sem-abrigo, e encaminhado para uma unidade hospitalar, onde veio a recuperar.
Na altura, escreve o Correio da Manhã, que cita a LUSA, a presidente do Instituto de Apoio à Criança (IAC) defendeu que a jovem abandonou o filho sem querer matá-lo.
Segundo Dulce Rocha, a mulher estava numa situação de vulnerabilidade que a levou a abandonar o filho, mas não havia “indícios”, como lesões ou sinais de asfixia, que apontassem para tentativa de homicídio.
No julgamento, segundo o Jornal de Notícias, Sara Furtado confessou que deitou o bebé no ecoponto, não para se desfazer dele, mas com a intenção de que fosse encontrado, justificando o acto com a “vergonha” e o “medo” de ter um filho e viver na rua.