No terceiro trimestre de 2020, a taxa de variação homóloga registada pelo Indíce de Preços Turísticos (IPT) foi de -0.9%, resultado inferior em 1,2 pontos percentuais (p.p.) face ao valor registado no trimestre anterior.
Os dados avançados hoje pelo INE, mostram que a variação trimestral observada no terceiro trimestre de 2020 foi de -1,2%, inferior em -1,8 p.p. ao valor registado no trimestre anterior, que apresentou uma variação de 3,0%, reflexo do padrão de sazonalidade deste indicador.
No terceiro trimestre de 2019 esta variação tinha sido nula (0,0%), situando-se -1,2 p.p. abaixo da atual.
A classe dos Hotéis, Cafés e Restaurantes apresentou uma variação homóloga de -0,9%, -1,1 p.p. abaixo da que se verificou no trimestre anterior. A esta variação correspondeu uma contribuição de -0,9 p.p. para a variação do IPT Total.
Note-se que, como seria de se esperar, devido ao cancelamento das actividades turísticas, a componente do Alojamento, que corresponde a 67,8% da despesa turística com especial destaque para os Hotéis, que equivale a 64,3% da despesa turística total, registou uma contribuição negativa (-0,64 p.p.) de sinal contrário à do trimestre anterior (-0,85 p.p.).
A Restauração cujo peso representa cerca de 31,1% da despesa turística, apresentou igualmente uma contribuição negativa de 0,21 p.p.
Também o movimento dos preços das dormidas em Hotéis (com uma contribuição de -0,6 p.p.) foi completamente determinante, segundo o INE, para este comportamento do IPT total. Quatro componentes do IPT apresentaram contribuições no mesmo sentido: os Restaurantes (-0,2 p.p.), Pensões (-0.001 p.p.) Pousadas (-0,005 p.p.) e os Hotéis-Apartamentos (-0,001 p.p.).
Já os Aldeamentos Turísticos registaram uma contribuição de 0,011 p.p. e as Residenciais apresentaram uma contribuição marginalmente positiva (0,0009 p.p.). Os níveis médios dos preços das restantes componentes do IPT mantiveram-se em relação ao trimestre homólogo.
A taxa de variação no trimestre em análise foi de -1,2%, inferior em 1,8 p.p. à registada no trimestre anterior, que se situou em -3,0%. No mesmo trimestre do ano anterior verificara-se uma variação nula em cadeia (0,0), superior em 6,6 p.p. à do segundo trimestre de 2019.
Estes resultados, diz o INE, são a consequência de movimentos sazonais de natureza mensal, com particular incidência na componente de Alojamento.
Concretamente, a variação trimestral revela, contrariamente ao trimestre anterior, uma quebra dos preços dos Serviços de Alojamento. Nos serviços prestados por Pousadas verificou- se uma diminuição dos preços (-11,6%), os Hotéis (-1,4%), Restaurantes (-0,9%), os Hotéis- Apartamentos (-0,5%), as Pensões (-0,3%) e as Residenciais (-0,2%). Nos restantes serviços turísticos registaram-se variações nulas face ao trimestre anterior.
A nível das Ilhas, quase todas as ilhas apresentaram variações trimestrais de sinal negativo (respetivamente São Vicente -5,0%, Boavista -1,8%, Santo Antão -1,4% e Sal -0,2%) que determinaram fortemente o movimento do IPT Nacional. A ilha de Santiago registou uma variação nula. A atividade turística nesta ilha corresponde a cerca de 25,2% da atividade a nível nacional.
As ilhas de São Vicente e da Boa Vista, que detém 53,5% da atividade a nível nacional, apresentam uma marcada contribuição negativa para variação homóloga trimestral do IPT total (-0,03 p.p. e -2,6 p.p. respetivamente). A variação dos preços dos serviços turísticos na ilha do Sal face ao trimestre homólogo correspondeu a uma contribuição fortemente positiva para o IPT total de 1,8 p.p., completamente anulada pela contribuição negativa registada na ilha da Boavista.
