O Delegado de saúde de São Vicente, Elísio Silva, desconfia da hipótese de já haver uma infecção comunitária na ilha.
Segundo este responsável, há diferentes focos da covid-19 em várias zonas e localidades de São Vicente. Até este sábado (3), a ilha registava 18 casos activos.
Elísio Silva, que falava à Inforpress, avançou que a situação da ilha neste momento é preocupante, tendo em conta os vários focos em várias localidades. Para este responsável, este cenário levanta a hipótese de haver uma transmissão comunitária na ilha.
“Já nos preocupa, porque há casos que estiveram em festas, convívios, que acontecem em São Vicente e pensamos que com o nível e com diferentes focos em diferentes lugares, pensamos que temos uma infecção comunitária”, sublinhou.
Mais de 150 em quarentena domiciliar
Elísio Silva relatou ainda que o número de pessoas em quarentena domiciliar ultrapassa os 150 e em relação a pessoas de quarentena obrigatória e à espera dos resultados dos testes PCR (Polymerase Chain Reaction) estão 26 no Centro de Estágio.
“Continuamos a fazer o nosso trabalho em São Vicente, independentemente de onde os focos estão, que estão todos controlados, porque os primeiros contactos de casos positivos ou estão em quarentena domiciliar ou no centro de estágio”, adiantou.
A delegacia de saúde, conforme a mesma fonte, “ainda não perdeu o controlo dos casos”, mas tem verificado “situações preocupantes” como enterros sem uso de máscara, transportes lotados e com pessoas sem máscaras e actualmente, com o arranque do ano, pais a levar filhos à escola sem máscara.
Isto quando, disse, “mais do que nunca em São Vicente” as pessoas precisam proteger a si e ao próximo aplicando as medidas de prevenção, uma vez que nas últimas 48 horas se registou 12 casos positivos, alguns destes detectados em pessoas que tiveram contactos com pessoas vindas de fora da ilha, apresentaram sintomas e contactaram a delegacia de saúde.
Entretanto, o delegado de Saúde garantiu que os três casos surgidos hoje, “já estavam sob controlo”, sendo de pessoas que deram positivo em testes rápidos, aguardavam em quarentena o resultado do teste PCR, que confirmou a infecção.
Questionado sobre o surgimento de casos no Hospital Baptista de Sousa, Elísio Silva confirmou tais casos, inclusive de um funcionário, mas garantiu, que no caso do funcionário se deu na comunidade e não dentro do estabelecimento hospitalar.
A Delegacia de Saúde encontra-se hoje na zona de Ribeirinha, onde há três casos positivos, e pretendem realizar cerca de 700 testes rápidos para estudo epidemiológico, a semelhança que vem a acontecer noutras zonas também com casos activos.
Por isso, Elísio Silva apela à “consciência e atitude das pessoas para manter a situação em São Vicente controlada como tem sido até agora”.
São Vicente registava até este sábado, 18 casos activos de covid-19, seis em isolamento domiciliar, quatro no Hospital Baptista de Sousa e cinco no Centro de Estágio do Mindelo.
C/Inforpress
