A ilha do Sal registou uma diminuição de alunos no arranque do ano lectivo. Sem conseguir precisar os números, estima-se que a situação tenha a ver com o regresso de muitas pessoas que residiam no Sal às suas ilhas de origem.
A delegada de educação do Sal, Márcia Pinto diz que é impossível precisar o número de alunos na ilha neste momento, tendo em conta que a pandemia obrigou ao regresso de muitas pessoas que residiam no Sal às suas ilhas de origem, devido à falta de emprego.
“Temos alunos que não sabemos se estão na ilha ou não. Por sermos uma ilha turística muitas pessoas abandonaram o Sal. Então, primeiro vamos fazer, durante estas primeiras semanas, uma investigação para encontrar esses alunos, se estão aqui ou se estão matriculados em outras ilhas delegada de educação da ilha do Sal”, explica.
Porém, Márcia Pinto diz-se satisfeita com o cumprimento de todas as medidas de higiene e segurança impostas pelo governo e estabelecidas pelo ministério que representa.
Escolas devidamente inspecionadas e preparadas, alunos com máscaras e conscientes das novas regras sanitárias, alguma ansiedade e reserva. Foi este o cenário descrito pela delegada de educação da ilha, em entrevista ao A Nação sobre o regresso às aulas presenciais nas escolas da ilha.
“Correu tudo dentro do esperado e do programado. Antes da abertura, todas as escolas foram inspecionadas e recebemos algumas orientações. Além disso, estamos preparados em termos de higiene e segurança e contamos com o apoio de uma equipa formada por membros da cruz vermelha, polícia nacional e militares. Os alunos com máscaras, respeitando o distanciamento e conscientes. Foi uma satisfação testemunhar isso”, explica a delegada.
Quanto aos livros e conteúdos programados para este ano, a delegada explica que, num primeiro momento, será feito o ‘resgate’ às matérias do ano lectivo anterior, identificadas como essenciais, e só depois trabalhar com os conteúdos do ano lectivo 2020-2021.
“Vamos trabalhar até ao final de novembro, sensivelmente, com os manuais e conteúdos do terceiro trimestre do ano anterior. Sendo assim, neste momento, os pais não precisam ter pressa para comprar os manuais. Quem tem condições e quiser podem fazê-lo, mas no momento não é prioridade”, elucida a delegada.
Márcia Pinto finaliza alertando aos pais e encarregados de educação de que “agora, mais do que nunca, é preciso colocar em prática a união entre a comunidade educativa e as famílias, para que possamos ultrapassar esta fase.
Pais preocupados
Rizania Lima, mãe de dois estudantes, diz-se preocupada com os novos métodos da escola e com as crianças que, mesmo chamados à atenção, podem não respeitar o distanciamento social.
“As minhas maiores preocupações, como mãe, é que não nos deixam entrar na escola e não sabemos como está ali dentro, como está sendo o percurso até a sala de aula.
Além do mais estamos a falar de crianças que pode abraçar-se, trocar de máscaras ou partilhar algo com os colegas, mesmo sob muitos avisos.”, expõe a mãe e encarregada de educação.
O professor Simão Diniz diz sentir-se preparado e que as escolas reúnem todas as condições para um ano lectivo em segurança.
Ambos, mãe e professor, reconhecem o esforço das escolas e apelam a todos os envolvidos para ‘abraçarem’ este novo desafio e darem o máximo para o bem dos mais pequenos e de toda a ilha.