Por: Alex Semedo
1- Identificação dos contactos
A antena está, agora, virada para a turística Ilha do Sal, que até, há bem pouco tempo, parecia estar poupada do traiçoeiro, invisível, oportunista e outros mimos que tais, por que tem sido “baptizado” o novo Coronavírus.
Quando tudo parecia que se estava em “situação estacionária”, pelo menos na Praia! – actual epicentro de COVID-19, em Cabo Verde, desde que o primeiro caso foi notificado a 19 de Março, na Ilha da Boa Vista -, eis que Sal entra em liça, por via de uma parturiente transferida para São Vicente, com vista a receber “tratamentos mais cuidados”.
Depois disso, é o que se sabe.
A “Ilha das Salinas” passa a ser foco das autoridades, que estão a dar “uma atenção especial”, seguindo uma linha de investigação, com vista à descoberta da origem da infecção.
Na linha de investigação, entra a “perseguição” ao vírus – no seu “ninho”! -, designadamente, a localização dos contactos de quem privou com a dita parturiente.
No Sal e em São Vicente.
E que não são poucos, como, aliás, provam as pessoas que, por arrastamento, entraram – e estão! – em quarentena.
“Estamos, neste momento, com uma atenção muito especial no Sal, para podermos delimitar, ao máximo, a transmissão de casos nessa Ilha”, manifestou, esta semana, o director Nacional da Saúde (DNS), Artur Correia, num dos encontros diários com a Imprensa, na Cidade da Praia.
Correia dá conta, também – num outro desenvolvimento -, que uma equipa de 11 técnicos de Saúde foi despachada – e já lá está! – para a “Ilha do Aeroporto”, para reforçar a equipa local, que antes, já contava com uma infecciologista, que também, seguira da Capital.
A missão de reforço – a mais recente! -, composta por dois médicos, sete enfermeiros, um técnico de Laboratório e outro de Estatística, levaram na bagagem, mais de dois mil testes rápidos, a par de apetrechos para a colecta de amostras para análises.
Aliás, já estão rastreando e seguindo os contactos mais directos dos quatro caso positivos detectados na Ilha.
Em face desta “mais nova” situação, o Ministério da Saúde – lembra o DNS – sempre – e de há muito! – tem alertado e avisado que, mesmo nas ilhas ainda sem casos de COVID-19, devem ser mantidas as medidas de prevenção.
“Sempre dissemos que todas as ilhas são ilhas em risco e que todas poderão vir a ter casos. E está a confirmar-se. O Sal já começou a ter casos e não nos estranhará nada se aparecerem casos nas outras ilhas”, remarca Correia, que destaca “a coordenação e a articulação” de todo o Sistema Nacional da Saúde.
Fica o aviso: nenhum torrão deste nosso Cabo Verde está blindado nem imune à COVID-19. Daí que, cada um deve fazer o seu quinhão de prevenção…por mais pequeno que seja.
2- Responsabilidade redobrada
As autoridades sanitárias estão incansáveis e a avisar alto, com clareza e em bom som, para quem quer ouvir.
O desconfinamento, que é gradual e faseado, não rima nem significa relaxamento, baixar da guarda ou o abrir de torneiras para “sêka peli”, “txoldas”, pândegas ou pique-niques nas “carakas”.
Muito pelo contrário.
Ademais, é sempre bom ter em mente, que o País saiu do Estado de Emergência, mas…está em Situação de Calamidade.
Portanto, ainda, com uma lista – não muito curta! – de restrições.
Principalmente, a Ilha de Santiago. E os seus nove municípios.
Destarte, as responsabilidades de todos, mas de cada um de nós em particular, não importando a idade, sexo, crença filosófica, religião, origem e/ou condição social – até porque, meio a brincar mas que não deixa de ter o seu pingo de verdade, já se classifica o novo Coronavírus como “o mais democrático” de todos os da sua estirpe! -, devem ser elevadas, em ordem a darmos luta sem quartel à Covid-19.
Já se disse, milhentas vezes, que “a luta é de todos”, onde quer que estejamos.
Não olhando a quem.
Todos são conclamados a jogar na prevenção e…seguirem as orientações das autoridades sanitárias.
Que nem exigem cifrões.
3- Santa Cruz de plantão…
Com quatro casos confirmados de Covid-19 – até à tarde de quarta-feira, 3 -, a delegada de Saúde de Santa Cruz (no interior de Santiago), está na tarimba, acolitada pela sua equipa.
Evily Martins quer chegar aos contactos dos casos já identificados – o último foi conhecido na terça-feira, 2 -, de modo a “cortar”, pela raiz, a fonte de contágio na “Terra das Bananas”.
Todos os familiares do mais recente contaminado – que tem ligações, também, com Tarrafal e Praia! -, já foram testados, mas Martins está a encontrar alguma “resistência” nos vizinhos deste paciente.
Um dos (quatro) contaminados já está curado.
A delegada de Saúde roga e espera a colaboração e o envolvimento de todos os santa-cruzenses – amigos e visitantes também! -, para que “joguem” na prevenção, em ordem a se evitar a propagação do novo Coronavírus no Município do “Rei do Funaná”, familiar e carinhosamente tratado por “Catxhás”.
Tomara que Martins seja ouvida.
Afinal, não é mais de que o cumprimento de um dever cívico e prova cidadã.
De cada munícipe – e/ou visitante!
4- Empolgamento balnear
O IMP (Instituto Marítimo e Portuário) está “xatiadu si” com o incumprimento do Regulamento de acesso às praias de São Vicente, pelos banhistas, com destaque para às mais frequentadas de Laginha e da Baía das Gatas – que empresta o nome ao primeiro e o mais icónico Festival Internacional de Música de Cabo Verde.
É isso mesmo que veio a terreiro – ou ao areal? -, avisar – em jeito de ultimato! -, nesta terça, 2, a presidente do IMP, Joana Carvalho, acompanhada do delegado da Saúde de São Vicente, Elísio Silva, de que “é a última” tentativa de sensibilização” e chamada à razão aos amantes das quentes, límpidas e transparentes águas são-vicentinas.
“O IMP reitera a necessidade do cumprimento das restrições às zonas marítimas balneares, que irão perdurar o tempo que for necessário para permitir a convivência com o vírus em condições de risco mais reduzido”, notou Carvalho, avisando que se não houver “cumprimento rigoroso” do Regulamento em vigor, as praias podem voltar a ser interditadas.
Por sua vez, Elísio Silva reafirma a necessidade de cumprimento das directivas emanadas, com relevo para o distanciamento físico, de molde a não se deitar pelo mar afora todo o trabalho já feito pelas autoridades.
É um aviso aplicável e extensivo, também, a outros pontos do País.
Nada de empolgamento.
Contenção reclama-se…na hora de ir ao pote.
Aliás, a banhos.
5- Guiné Equatorial massifica testes
A Guiné Equatorial vai fazer testes à Covid-19 a toda a população, com um Plano que prevê postos fixos e móveis, que deverão permitir recolher 700 amostras por dia.
O anúncio foi feito, quarta-feora, 3, pelo Gabinete de Informação e Imprensa daquele membro da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa), explicando que a decisão foi tomada pelo vice-presidente do País e responsável político máximo do Comité de Luta e Vigilância do Coronavírus, Teodoro Nguema Obiang Mangue.
, após uma reunião com os técnicos que integram
A estratégia dos técnicos de Saúde, denominada “Stop Lab”, é estabelecer 30 lugares fixos de recolha de amostras nas grandes cidades de Malabo e Bata, três pontos nas principais vias de entrada nestas cidades e criação de três equipas móveis, “para cobrir outros sítios estratégicos”.
A ideia é – de acordo com a informação official -, “obter dados mais concretos dos casos de Covid-19” e “definer, com certeza”, o comportamento da doença em todo o Território.
Até quarta-feira, a Guiné Equatorial registava mil 306 casos do novo Coronavírus, 12 mortos e 275 doentes recuperados.
