A ilha de São Vicente já possui um laboratório de virologia. O espaço, com capacidade para realização de 96 testes diários, foi inaugurado na tarde de sexta-feira (5).
O laboratório de virologia de São Vicente irá servir as ilhas do norte do país, nomeadamente São Vicente, Santo Antão, São Nicolau, Sal, inclusive a Boa Vista.
O equipamento, que foi financiado pelo governo, com o apoio da OMS, tem um custo de mais de cinco mil contos.
“São Vicente deu mais um passo em frente na luta contra a covid-19, porque há muito tempo que tínhamos essa necessidade. Agora em menos de 24 horas podermos ter os resultados dos testes “, anunciou o delegado de saúde da ilha, Elísio Silva, em declarações reproduzidas pela Inforpress.
Este responsável adiantou que o laboratório já está a funcionar com a realização de três testes experimentais, inclusive do próprio delegado e dos dois técnicos que vieram da Praia, para trabalhar na infra-estrutura.
“Temos um equipamento de última geração e um laboratório de ponta”, enalteceu, confirmando que a estrutura poderá apoiar o laboratório da Praia, caso houver avarias, e que, inclusive, pode realizar outros tipos de exame, por exemplo o de DNA, necessitando somente dos reagentes.
A estrutura foi assim montada nas instalações do Laboratório das Pescas do Instituto do Mar (IMar), ex- Instituto Nacional de Desenvolvimento das Pescas (ex-INDP), que, segundo o ministro da Economia Marítima, Paulo Veiga, cedeu o espaço e vários equipamentos que já existiam no laboratório.
O Governo, segundo a mesma fonte, pretende montar mais dois laboratórios em outras ilhas, que estão a ser analisadas, mas que, em princípio, devem ser as ilhas com aeroportos internacionais, no caso Boa Vista e Sal.
“É uma boa notícia, mas a melhor notícia é que cada um de nós cumpre as medidas sanitárias, porque assim não teremos que vir fazer teste, não teremos propagação do vírus”, considerou Paulo Veiga, apelando a consciencialização de cada um.
O técnico Jailson Monteiro, que disse estar a trabalhar sem nenhum dia de descanso desde que apareceu casos do novo coronavírus em Cabo Verde, asseverou ser um “trabalho de alto risco”, já que é um “vírus perigoso e com capacidade de disseminação elevada e requer um nível de bio-segurança dois ou três”.
“Mas, o laboratório garante o nível de bio-segurança de todos os técnicos e nós temos seguido à risca todos os protocolos de bio-segurança, quer no laboratório da Praia e aqui em São Vicente implementamos e vamos dar continuidade a esse protocolo”, declarou Jailson Monteiro, que informou já terem começado o processamento de “amostras experimentais” e cujos resultados devem ser conhecidos, no mínimo, em oito horas.
Mas, segundo a mesma fonte, o laboratório espera receber mais outras amostras ainda hoje, agora suspeitas, vindas da delegacia de Saúde e do Hospital Baptista de Sousa.
O delegado de Saúde, Elísio Silva, avançou que vão ser enviados três amostras suspeitas, inclusive do bebé, filho da mulher transferida do Sal para o Hospital Baptista de Sousa, a que se confirmou ter covid-19.
Elísio Silva disse ainda que as pessoas que estão de quarentena vindas de São Nicolau e do Sal, viajando no mesmo navio que a senhora com covid-19, estão à espera dos resultados da cidade da Praia, já que as amostras foram enviadas no mesmo avião, que trouxe ontem o equipamento para a montagem do laboratório.
“Estamos à espera dos resultados dos testes PCR para saber quem fica e quem vai para casa”, declarou.
Cabo Verde registou nas últimas 24 horas um total de 34 novos casos de covid-19, sendo 29 na Praia, um em Santa Cruz e quatro no Sal, elevando o total acumulado para 536 infectados.
