O Governo e a Camara Municipal de São Vicente precisam procurar parceiros
externos para investir na ilha de São Vicente e criar linhas de crédito funcionais
para que os operadores económicos possam avançar com os seus negócios,
defendeu a UCID, em conferência de imprensa.
Tomando estas duas medidas, considera o presidente dos democratas
cristãos, a economia da ilha “descola”. Para Antonio Monteiro, tem-se falado
muito em organismos como a Pro Empresa e a Pro Garante, mas, quando um
cidadão, que quer desenvolver o seu negócio, chega aos bancos, não
consegue obter o financiamento necessário.
Portanto, prossegue; o modelo precisa ser reavaliado pelo Governo, que deve
ainda assumir a responsabilidade de criar condições para o surgimento de mais
empreendedores e de mais homens de negócio.
A UCID chega a estas conclusões depois de uma visita ao círculo de São
Vicente, realizada na semana passada e da qual o partido diz trazer um
panorama com os mesmos problemas de sempre.
“Muitas famílias vem enfrentando dificuldades relativamente ao seu sustento e
as condições de habitabilidade. São pessoas que não conseguem ter uma casa
em condições, com dificuldades em mandar os filhos para a escola e que vivem
a mendigar para assumirem as suas responsabilidades.”
Neste sentido, a UCID exorta os poderes local e central a encontrar os
mecanismos económicos necessários para que a ilha possa gerar mais riqueza
e, consequentemente ter condições para garantir recursos financeiros as
pessoas e as famílias.
Para que isso aconteça, diz Monteiro, e fundamental haver emprego, pois é daí
que advém o rendimento. “Encontramos centenas de jovens encostados nas
esquinas nos bairros e centenas de pessoas de meia idade sem um dia de
trabalho. Tudo isso acaba por prejudicar as pessoas, as famílias e a sociedade
de uma forma geral.”
Torturados de 1977
A UCID pede igualmente ligeireza do Governo na publicação das listas dos
torturados de 1977 a beneficiarem da pensão financeira mensal as vitimas de
maus tratos durante o regime de partido único.
“Há quase um ano que levantamos esta questão e o Governo assumiu resolve-
la. Passado todo esse tempo, depois da aprovação da lei, o Governo tem tido
uma dificuldade enorme em publicar a lista dos cidadãos que tiveram o
infortúnio de serem torturados pelo então regime de partido único”, explica
António Monteiro, que diz ainda não entender o motivo desta demora.
Para este partido da oposição está na hora de colocar um ponto final na
resolução deste problema de modo a dar a estes cidadãos aquilo que têm
direito para “minimizar um pouco todo o sofrimento que eles e suas famílias
passaram”.
“São mais de 36 pessoas, esta demora e incompreensível, tendo em conta
que muitas destas pessoas estão vivas e a lutar desde longa data para a
resolução do problema” conclui.
