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Sociedade

Antigos trabalhadores da estação TIVER dizem que o Estado da justiça em Cabo Verde é “vergonhoso”

Em conferência de imprensa, ontem, na Cidade da Praia, em frente da estação televisiva, o porta-voz do grupo, José Mário Ramos, mencionou que esta concentração pretende alertar as entidades judiciais e a quem de direito, para a situação de “injustiça chocante” da qual os 12 funcionários da televisão estão sendo alvo.

Explicou que em 2014 decidiram fazer greve, porque para além de não receberem os seus salários e pelas férias não vencidas, os trabalhadores se encontravam a trabalhar em situação “desumana”, já que não tinham nenhum subsídio, seguros e nem estavam inscritos no sistema de segurança social.

Segundo este responsável, o processo deu entrada no Tribunal em 2014 e só depois de dois anos é que as partes foram a julgamento com resultado favorável para os trabalhadores.

Entretanto, ajuntou, tendo a administração da empresa recorrido da sentença, o processo foi mandado para o Supremo Tribunal e passados seis meses foram informados que se tratava de um processo de “pouca causa”, e que deve ser julgado pelo Tribunal de relação de Sotavento.

Avançou que em 2017, o Tribunal de Relação de Sotavento deu razão aos trabalhadores em causa e condenou o reu a pagar todas as indeminizações legítimas referentes aos salários em atraso de 2012 a 2014 e as férias não vencidas, montante esse que ronda os oito a 12 mil contos no total.

Por outro lado, os trabalhadores manifestaram-se revoltados também pelo facto de o administrador ter conseguido “retirar todos os bens registados em nome da empresa (TIVER) em pleno andamento do processo”, sendo que, realçaram, “esta era a última esperança ou solução para o pagamento das respectivas reivindicações”.

“A preocupação é grande e estamos muito tristes com a justiça em Cabo Verde, porque se o administrador conseguiu fazer todas essas mudanças foi com a permissão da justiça, e por isso interrogamos como é que isso foi possível em pleno julgamento”, questionou o porta-voz.

José Mário Ramos que se mostrou indignado e revoltado com a justiça cabo-verdiana, assegurou que foi um processo “muito doloroso”, fazendo questão de lembrar que são pais, mães, chefes de família com contas a pagar e responsabilidades por cumprir.

“O estado da justiça em Cabo Verde é “vergonhoso” como é possível uma vez que recorremos ao tribunal com a ideia de que as nossas reivindicações vão ser cumpridas, mas passados quatro anos continuamos na mesma, sem receber nenhum tostão, alegou José Mário Ramos que assegurou que caso o assunto não se resolva serão obrigados a fazer justiça com as próprias mãos já que não têm mais alternativas.

Entretanto, aproveitou a oportunidade para apelar às entidades responsáveis no sentido de “fazerem cumprir com a justiça”.

Inforpress

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