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Sociedade

Fogo: Projecto de preservação e conservação de aves marinhas promove campanha de castração de gatos

O projecto de preservação e conservação das aves marinhas em Cabo Verde, financiado pela Fundação Mava, promove uma campanha de castração de gatos visando o controlo de ameaças sobre as colónias de aves marinhas.

O projecto é executado, através da parceria com varias instituições nacionais e internacionais, de entre as quais o projecto Victo que tem a responsabilidade para a ilha do Fogo e Ilhéus Rombos, e segundo Herculano Diniz, responsável do projecto, “esta actividade é de controlo de ameaça de aves marinha e no Fogo o controlo de ameaça sobre Gongon que é uma das duas espécies de endémicas de Cabo Verde”.

A ideia, explica, é dar continuidade ao trabalho iniciado em 2012, que visa a castração de gato, indicando que desde sábado, está-se a fazer castração em todas as comunidades perto das colónias de Gongon a nível da ilha, nomeadamente nas comunidades de Cutelo Alto (Mosteiros) e Estância Roque e Chã das Caldeiras (Santa Catarina).
Nos dois primeiros dias foram castrados perto de duas dezenas de gatos, mas a ideia é a de castrar o maior número possível de gatos, e é nesta perspectiva que se encontra na ilha uma equipa veterinária do Centro de Fauna Silvestre de Gran Canárias (Ilhas Canárias) que tem colaborado com o projecto há alguns anos.

O veterinário sénior e especialista que está na ilha para dar apoio na castração de gatos, segundo Herculano Diniz, vai aproveitar a oportunidade para realizar um workshop de capacitação em que participam veterinários nacionais, nomeadamente das ilhas do Sal, Santo Antão, Boa Vista, Santiago, além do Fogo, para capacita-los para dar continuidade a este trabalho nas outras ilhas que também tem uma forte pressão de gatos sobre colónias de aves marinas.

No âmbito do projecto e além do workshop o veterinário das Ilhas Canárias vai capacitar os veterinários para o controlo de ameaças da fauna silvestre, já que a gato é um problema a nível mundial para fauna, em especial para aves marinhas e tem algumas medidas de controlo de população de gato que implica sempre a intervenção do veterinário.

A castração é fundamentalmente de gatos domésticos que é a origem de gatos selvagens e para o sucesso da campanha a população foi sensibilizada, disse Herculano Diniz, observando que a reprodução de gatos selvagem é irrelevante, mas que a maioria de gatos selvagens tem origem em gatos domésticos que após a reprodução libertam as crias que acabam por tornar selvagens.

As medidas de controlo com castração dos gatos implica que todos os animais sejam marcados com um “chip” que funciona como uma espécie de “bilhete de identidade” com um número através do qual se consegue ter todas as informações sobre o gato, desde o dono, sexo, local da castração, idade e que fica numa base de dados que está a ser criado para dar continuidade a este trabalho no futuro.

Com relação aos gatos selvagens, Herculano Diniz considera que se trata de uma questão que ainda está sendo debatido no âmbito do projecto e que provavelmente uma das medidas de controlo passa pela colocação de armadilhas nas colónias, mas sublinha que é uma questão que ainda está em aberto e tem de ser debatido porque implica um conjunto de autorizações para o seu controlo.

Tendo em conta que estará na ilha um grupo de veterinários, o projecto está a analisar a possibilidade para no último dia de castração fazer um trabalho na cidade de São Filipe através de uma experiência piloto com castração de cães, porque segundo explica, há um problema de cães sobre as cabras, com poluição na cidade e propagação de doenças, e o projecto quer fazer esta experiência e dar um contributo a comunidade como forma de diminuir este problema na cidade.

Inforpress

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