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Sociedade

Evacuações: Santo Antão e Boa Vista dominam solicitações à Guarda Costeira

As ilhas de Santo Antão e Boa Vista dominam as transferências  de doentes inter-ilhas, um serviço prestado desde o mês de Agosto pela Guarda Costeira (GC), que representa a maioria das solicitações registadas por essa entidade.

A informação foi avançada pelo comandante da Guarda Costeira (GC), Pedro Santana, que falava à imprensa na qualidade de um dos palestrantes da jornada técnica realizada hoje, no Mindelo, sob a temática “Segurança e monitorização da actividade marítima”, enquadrada na agenda da feira Expomar.

A GC, segundo a mesma fonte, tem recebido no dia-a-dia “várias solicitações” relacionadas com situações de busca e salvamento e também de transportes de doentes, principalmente da  Boa Vista para Santiago e de Santo Antão para São Vicente.

“Portanto, somos muito procurados nessas duas ilhas”, confirmou Pedro Santana, que indicou o número de 72 solicitações registadas este ano.

Uma outra área que, conforme o comandante de navio, a GC tem intervindo refere-se à pesca não regulamentada e não documentada, com uma fiscalização feita com ajuda dos outros  serviços de fiscalização, como a Polícia Marítima,  numa “colaboração inter-agências”.

“Mas, como se sabe, os parcos recursos financeiros que temos não permitem efectuar o que nós queremos, que seria estar 24 por 24 horas nas águas de Cabo Verde”, considerou Pedro Santana, que adiantou, neste sentido, que se está a efectuar inspecções duas ou três vezes por semana.

Questionado se o acordo de cooperação militar com os Estados Unidos da América, o SOFA, há pouco tempo ratificado pelo Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, poderá vir a cobrir “alguma lacuna” nessa matéria, Pedro Santana respondeu que “não vai ter nada a ver” com a pesca.

“Os navios norte-americanos vem cá para fazer outra coisa, fazer exercícios combinados connosco, que são mais da parte militar do que da parte da segurança em si”, garantiu o responsável, que disse não conseguir ver essa ligação.

O capitão dos portos do Barlavento, António Duarte Monteiro, foi outros dos palestrantes na temática que, durante a apresentação, mostrou os “pontos fortes” do Serviço Nacional de Busca e Salvamento, entre os quais a “ mudança de paradigma”, que levou a fusão dos serviços de busca aeronáuticos e marítimos e que, assegurou, permitiu a “maximização dos  parcos recursos”.

António Duarte Monteiro enfatizou ainda os ganhos obtidos com a Guarda Costeira a assumir “em pleno” o serviço de busca e salvamento  em todo território cabo-verdiano.

Quanto às “fraquezas”, segundo a mesma fonte, estas relacionam-se com o facto de ainda se depender do exterior para manutenção do sistema de gestão de busca e salvamento, o SARMASTER, e ainda os “parcos recursos” disponíveis, que, ajuntou, têm sido suplantados “na base de cooperação e colaboração”  entre entidades.

O painel segurança e monitorização marítima contou ainda com as intervenções do diretor do Serviço de Segurança Marítima da Instituto Marítimo e Portuário (IMP), comandante Raul Soulé e pelo administrador da Xsealence em Portugal, José Luís Melo,

O tema “Geoestratégia e relações inter-regionais: Macaronésia, União Europeia (EU) e Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental ( CEDEAO)” coloca, hoje, o pontal final nestes seminários, enquadrados na feira Expomar, que se estende até este sábado.

Inforpress

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