PUB

São Vicente

São Vicente: Proprietários na Rua da Moeda sem rede pública de água

Pelo menos duas proprietárias da Rua da Moeda, no centro do Mindelo, relataram ao A NAÇÃO as dificuldades que têm enfrentado para que seja estabelecida uma ligação da rede de água pública aos respectivos imóveis.

Para tal, é necessário a abertura de um ramal de água, entre os imóveis e a rede pública, trabalho que a Electra só pode efectuar mediante a autorização e supervisão técnica da Câmara Municipal de São Vicente.

Entretanto, até então, a edilidade não dá autorização para qualquer trabalho que implique a perfuração da via pública situada no centro histórico do Mindelo.

Esta “proibição” é supostamente justificada pelo investimento feito pela edilidade no calcetamento artístico de algumas ruas da cidade, sendo a Rua da Moeda uma delas.

Marly Barros é uma das proprietárias que manifestou ao A NAÇÃO o seu incómodo com a situação. Depois de ter iniciado a construção da sua residência na rua em causa, no ano passado, os trabalhos praticamente estagnaram em Março último devido ao impasse surgido com a questão da ligação de água.

“Em Março, solicitei autorização à Câmara Municipal  para a abertura de um ramal de água. O documento ficou ali durante um mês, sem que me tivessem dado qualquer resposta. Entretanto, quando finalmente me responderam, disseram que, pelo facto de eu morar no centro histórico da cidade onde já foi feito o tal calcetamento artístico, não poderiam dar-me a autorização para mexer na calçada”, expõe Marly Barros.

Para que a sua situação fosse revista, a nossa entrevistada diz que solicitou uma audiência ao presidente Augusto Neves.

“Expliquei-lhe a minha situação, e ele confirmou-me da dificuldade em dar-me a autorização para a realização do trabalho pretendido, já que a edilidade tinha gastado ‘muito dinheiro’ nesse calcetamento artístico”. Acrescentou ainda que eu deveria ter pensado na situação antes do calcetamento da rua ter sido feito”, explana.

A nossa entrevistada realça que o referido calcetamento foi feito há aproximadamente quatro anos, enquanto que ela, Marly Barros, deu início à construção da casa em 2017. A nossa entrevistada diz que  continua a aguardar pelo retorno prometido pelo presidente da Câmara que lhe assegurou que iria analisar o seu pedido e finaliza enfatizando que este  constrangimento tem-na impedido de se mudar definitivamente para a sua casa.

Espaços comerciais em ‘stand by’

Maggy Fragoso é outra das vozes que reclamam da mesma situação. Procuradora da proprietária de dois espaços comerciais nessa via, ela aguarda há dois meses para a ligação à rede pública de água.

Os espaços em questão estiveram fechados durante muito tempo. E, agora, com a sua reabilitação e reabertura impõe-se uma nova ligação de água.

“Após mais de um mês de espera que se procedesse à realização da obra de ligação à rede pública de água, fomos à Electra Norte que nos disse que ainda aguardava pelo aval da Câmara Municipal, autorizando a realização da obra”, diz Maggy Fragoso.

A nossa entrevistada acredita que a Electra pode fazer os trabalhos para a ligação de forma responsável, deixando a rua nas mesmas condições em que a encontrou. “O que não me parece normal é este impasse criado pela Câmara Municipal, dificultando o quotidiano dos munícipes e a realização de negócios na ilha”, desabafa.

A NAÇÃO tentou apurar junto da Câmara Municipal de São Vicente a sua versão dos factos aqui apresentados, mas até ao fecho desta reportagem não obtivemos qualquer resposta.

JF

PUB

PUB

PUB

To Top