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Economia

Apreendido Blue Marlin à venda ilegalmente no Pelourinho do Mindelo proveniente de barco espanhol

A Polícia Nacional apreendeu ontem uma quantidade não especificada de peixe em duvidoso estado de conservação, que foi descarregada no Porto Grande por um navio espanhol e introduzida ilegalmente no mercado mindelense para consumo humano.

A intervenção da PN foi solicitada pelo próprio Secretário de Estado da Economia Marítima, Paulo Veiga, após tomar conhecimento de uma denúncia feita por um biólogo marinho sobre a venda de carne da espécie Blue Marlin no pelourinho do Mindelo e que apresentava uma coloração escurecida.

O caso foi documentado com fotografias e encaminhado para a caixa electrónica das várias entidades com responsabilidade no sector marítimo-portuário. A ordem de investigação partiu, no entanto, de Paulo Veiga, que mandou accionar o corpo de inspectores sanitários e de actividade de pesca. Os técnicos, conforme nota do gabinete de assessoria do SE da Economia Marítima, confirmaram a veracidade da informação, fizeram os “testes necessários” ao produto e concluíram que o peixe não era de “má qualidade”. “No entanto, por ter sido congelado, estava no processo de perda de frio e consequentemente na eminência de perder qualidade”, explica esse gabinete.

O peixe, conforme apuraram os inspectores, foi adquirido num barco de pesca espanhol que estava no Porto Grande a fazer descarga. O produto, que estava armazenado do fundo dos porões ou em tanques de salmoura, foi descarregado num bote e deu entrada no mercado de peixe sem passar pelos serviços aduaneiros, o que poderá constituir uma infracção á luz do acordo de pesca com a União Europeia.

Neste sentido, o Secretário de Estado da Economia Marítima solicitou de imediato a intervenção da Polícia Nacional para proceder à apreensão do produto e responsabilizar os responsáveis pela saída clandestina do peixe do cais internacional do Porto Grande para venda. A abordagem ao navio foi desencadeada em articulação pela Polícia Marítima e a Guarda Fiscal, pelo que o caso está neste momento sob custódia das autoridades competentes. Como soube este jornal, as investigações prosseguem visando apurar como decorreu todo o esquema. O objectivo é aproveitar esse incidente e reforçar as medidas de fiscalização das actividades marítimo-portuárias no Porto Grande. É que, como reconhece a SEEM, esse género de actividade pode colocar em risco a saúde pública.

Porém, essa situação  não é nova, pois, segundo um biólogo há dois anos que vem notando e alertando para essa prática, ou seja, venda de pescado queimado pelo frio nos porões de navios que pescam no âmbito do acordo entre Cabo Verde e a União Europeia.

Como diz, esse pescado deixa de estar em conformidade para entrar no mercado europeu e é “oferecido” a cabo-verdianos que se relacionam com os barcos quando entram no Porto Grande. Feita a intermediação, o peixe é descarregado em botes e transportado em carrinhas para o pelourinho. Neste espaço é escalado, salgado e secado para ser vendido aos incautos em São Vicente ou enviado para o interior das ilhas de Santiago, Santo Antão e São Nicolau.

Fonte: Mindel Insite

*Título da responsabilidade da redacção

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