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Sociedade

Prémio Nacional de Jornalismo: Gisela Coelho vence Imprensa Escrita

Gisela Coelho, jornalista do A NAÇÃO, é a vencedora deste ano do Prémio Nacional de Jornalismo (PNJ), na categoria imprensa escrita. Matilde Dias (TCV) e Nuno Andrade Ferreira (Rádio Morabeza) são os outros dois vencedores, no seu caso, televisão e rádio, respectivamente.

Os resultados do Prémio Nacional de Jornalismo, financiado pela Direcção Geral da Comunicação Social, tendo como organizador a AJOC, foram anunciados esta quinta-feira, na cidade da Praia, por essas duas entidades. De acordo com o júri, constituído por cinco elementos, esta quinta edição do PNJ contou com 28 candidaturas nas categorias de rádio, televisão e imprensa escrita.

“Os temas tratados”, segundo a acta do concurso, “no geral, além de serem temas da actualidade, mostram um profundo comprometimento dos jornalistas cabo-verdianos com as grandes questões e desafios que se colocam aos cabo-verdianos nas áreas mais diversas da nossa vida”.

Na categoria imprensa escrita, com três votos a favor, a reportagem “Apanha e falta de areia ameaçam sustentabilidade turística”, publicada no A NAÇÃO na edição 503 de 20 de Abril, foi o artigo vencedor. “O júri considerou que a reportagem retrata uma preocupação ambiental de primeira linha, num país insular de extrema vulnerabilidade neste domínio, como é o caso de Cabo Verde” e “inova no sentido em que procura chamar atenção para o impacto negativo que essa apanha desenfreada de areia nas principais praias do Sal terá no modelo de turismo ‘sol e praia’ em que assenta preferencialmente o destino Cabo Verde”.

A nível da rádio, com a reportagem “O Funaná das Autárquicas”, também com três votos, Nuno Andrade Ferreira foi o vencedor. Neste caso, o júri destaca o facto de o tema do trabalho ser, “a todos os títulos, inédito, no que diz respeito ao género reportagem radiofónica. Numa viagem de aproximadamente 14 minutos, o jornalista conduz-nos pelos bastidores das eleições autárquicas em Portugal, sobretudo nos municípios onde os cabo-verdianos figuram nas listas de candidatos em posições de destaque”, afirma o júri.

“O Funaná das Autárquicas”, segundo a acta, vem mostrar que “longe vão os tempos em que os cabo-verdianos se confinavam aos bairros, abdicando de um dever e de um direito legal de não apenas expressar as suas preferências político-partidárias através de voto, mas tomando a dianteira nas instâncias do poder político. O tema é pertinente, sobretudo numa altura em que os nacionalismos parecem ressurgir um pouco por todo o mundo, impulsionados por ideologias populistas. O ângulo de abordagem escolhido pelo repórter é bastante preciso, o que permite um tratamento profundo do tema, através de uma linguagem clara e de fácil descodificação”.

E por fim, a nível da televisão, também por três votos, a escolha recaiu para a reportagem “Jogo de Cintura” de Matilde Dias, da TCV. Para o júri, trata-se de “um trabalho muito bem pensado e montado”. A jornalista “organizou uma memória histórica fabulosa sobre a dança em Cabo Verde, mormente na cidade do Mindelo”, reconstituindo “a história da dança, as influências da globalização emergente dos anos 80 do século passado, a conexão com a diáspora cabo-verdiana, a provedora de vídeos (VHS) e cassetes”. Outrossim, “destaca, de forma merecida, o papel do cinema Eden Park, a primeira “janela da globalização”, que alimentou o imaginário coletivo mindelense, levando os mais criativos a sonharem com um mundo do fantástico (Arte, dança, música, cinema), onde tudo poderia ser criado, reinventado”.

Menções honrosas

O Júri decidiu ainda atribuir menções honrosas pela qualidade dos trabalhos apresentados:

Na categoria Rádio, Menção Honrosa para o Jornalista Benvindo Neves da RCV, com uma reportagem sobre o grupo “Sete Estrelos – Cem anos Depois”. Na Categoria Imprensa, Menção Honrosa para o jornalista Daniel Almeida com a reportagem “Morte Anunciada do Novo Banco”. Na Categoria Televisão, Menção Honrosa para a jornalista Soraia Deus pela reportagem “O rosto da pobreza em Cabo Verde”

AJOC e o PNJ

A presidente cessante da AJOC, Carla Lima, considera que o PNJ tem-se revelado “bastante útil”, aumentando, de ano para ano, o número de concorrentes. “O facto de haver um maior número de participantes tem contribuído, sem dúvida, para o aumento da fasquia, há mais cuidados dos jornalistas na escolha dos trabalhos que enviam para a avaliação do júri”.

Nesta edição, a quinta desde que o concurso foi lançado, em 2014, Carla Lima aponta o número de mais concorrentes a nível da televisão, não só pública como privada, bem como de concorrentes da Inforpress. “De um modo geral, o PNJ tem vindo a consolidar-se, estimulando a qualidade do jornalismo que hoje temos em Cabo Verde; sem dúvida, trata-se de um estimulo importante para os jornalistas serem melhores”.

Carla Lima esclarece, entretanto, que quem financia e patrocina o PNJ é o Governo, através da Direcção-Geral da Comunicação Social, não recebendo a AJOC qualquer dinheiro por isso.

“A AJOC apenas organiza o processo, recebendo as candidaturas, que coloca à disposição do júri. O júri, por seu turno, além de constituído por pessoas idóneas, trabalha de forma absolutamente independente. Sempre foi assim”, conclui.

Veja o link com a classifcação completa do Prémio do Jornalismo 2018

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