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Política

José Maria Neves pede que se aguarde pelo inquérito a ministro das Finanças

O ex-primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, afirmou esta quinta-feira que é preciso “aguardar com serenidade” pelas conclusões da averiguação do Ministério Público ao ministro das Finanças, acusado de favorecer uma empresa de que é acionista.
“A Procuradoria-Geral da República está a fazer a sua investigação. Acho que devemos dar tempo para que apresente as conclusões do inquérito e, em função disso, o Governo, o partido do Governo [Movimento para a Democracia – MpD] e a oposição posicionarem-se em relação a essa matéria”, disse à agência Lusa José Maria Neves.
O ministro das Finanças e também vice-primeiro-ministro, Olavo Correia, tem 10% de ações repartidas por duas empresas de um mesmo grupo e está a ser acusado pelo Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), de favorecimento, nomeadamente através do aumento das taxas alfandegárias para os laticínios e sumos de frutas e do arrendamento de um imóvel para a instalação de um serviço dependente do Ministério das Finanças.
Segundo José Maria Neves (PAICV), é preciso aguardar “com serenidade” as conclusões do inquérito realizado pela Procuradoria-Geral da República de Cabo Verde, para que “todos, com dados, com fundamentos, possam, com elevação e com responsabilidade, discutir essa matéria”.
O ex-governante falava à agência Lusa à margem da conferência “Socialismo Além Fronteiras – O Caso de Cabo Verde”, em Coimbra, numa iniciativa conjunta da Federação Distrital da Juventude Socialista (JS) e da Concelhia da JS local.
O Ministério Público de Cabo Verde confirmou à Lusa que decorre na Procuradoria-Geral da República um “processo de averiguação” no âmbito do alegado favorecimento do ministro das Finanças a uma empresa de que é acionista e foi administrador.
“Na sequência de notícias públicas e veiculadas em como o aumento da taxa de direitos de importação do leite, produtos lácteos e sumos naturais, entrado em vigor com a Lei do Orçamento de Estado para o ano económico de 2018, teve como finalidade específica favorecer uma concreta empresa da qual o ministro das Finanças e vice-primeiro-ministro foi administrador e acionista, foi determinado, na Procuradoria-Geral da República, a abertura de um processo de averiguação”, adiantou a PGR em resposta a uma pergunta da agência Lusa.
No âmbito do processo, adianta a PGR, têm sido “realizadas diligências de recolha de elementos com vista à apreciação e decisão final”.
O primeiro-ministro de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva, já garantiu que o ministro das Finanças vai manter-se no Governo e afirmou que tudo não passa de “uma cabala política”.
Já o maior partido da oposição cabo-verdiana (PAICV) acusou o primeiro-ministro de cumplicidade com o seu ministro das Finanças e defendeu a demissão de Olavo Correia, considerando que há “indícios graves” de corrupção, falta de ética e transparência.
Lusa
 

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