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Sociedade

Predadores sexuais via Facebook condenados a 14 e 33 anos de prisão

Os dois irmãos, detidos em Março de 2017 sob suspeitas de vários crimes de ameaça de morte, coacção, chantagem e agressão sexual, na cidade da Praia, conheceram esta terça-feira as suas sentenças. Rui Alves, o mais novo, foi condenado a 33 anos de prisão. Flávio Alves apanhou 14 anos e seis meses de reclusão.
As arguidas Miqueia Silva e Emeleina Silva, tida inicialmente com cúmplices, foram absolvidas. A defesa dos arguidos condenados, já fez saber que irá recorrer das sentenças aplicadas na primeira instância.
 O caso
Os dois visados atraíam as suas vítimas com recurso a vários perfis falsos, criados na rede social “Facebook”. Nomeadamente “Nuno de Pina”, “Sinna Gonçalves”, “Nuno Gonçalves”, “Speed Gonçalves”, “Gonçalves Moahmed”, “Maurycio Marcovich” e “El Hommbre Marcovich”.
Uma vez aceite o pedido de amizade por parte das vítimas, dava-se início às conversações via chat do Messenger, em que os arguidos, na maior parte dos casos, se identificavam como sendo árabes e portugueses residentes em Londres, sócios e/ou donos de empresas estrangeiras, com negócios em Cabo Verde, mas, também, com ligações ao mundo do crime. Em outros casos diziam ser filhos de pessoas conhecidas como grandes traficantes de droga.
“Estabeleciam amizades virtuais com as vítimas, a quem faziam propostas de emprego, de guardar dinheiro e armas, fazendo-se passar por donos de empresas e traficantes internacionais”, diz uma das nossas fontes, completando que, tudo isso, era conseguir que as jovens enviassem fotografias de corpo inteiro, bem como das partes íntimas.
E para isso diziam que, caso as jovens não aceitassem, iriam matá-las e aos seus familiares. Em alguns casos chegaram até a descrever a rotina das meninas e de seus entes queridos. Com o medo da ameaça, as adolescentes acabavam por ceder.
Isto é, depois de receber as fotos, ainda sob ameaça de morte, quer das vítimas ou dos seus familiares, ou chantagem de publicação das mesmas imagens no “Facebook”, obrigavam as vítimas a manter relações com terceiros, que eram, na verdade, os próprios arguidos. As vítimas eram, ainda, obrigadas a filmar e fotografar o acto como prova da efectivação da obrigação.
Algumas jovens foram ainda, de acordo com uma fonte, obrigadas a se prostituírem em troca de dinheiro, que seria, depois, entregue aos suspeitos. Estes  terão ainda usado o massacre de Monte Txota e casos de assassinato para amedrontarem as suas vítimas.
Durante o processo da investigação, foram realizadas buscas às casas dos irmãos Alves, tendo sido apreendidos telemóveis, computadores e vários dispositivos de armazenamento, contendo imagens das vítimas sem roupa e em pleno acto sexual com os arguidos.
Consequências e marcas 
De entre as 13 vítimas, sendo a mais nova com apenas 13 anos, está uma jovem que acabou por engravidar. Exames médicos – segundo uma fonte judicial -, indicam que há grandes chances de ser Rui Alves o pai do feto, que acabou, entretanto, por não nascer, já que a vítima acabou por abortar.
Há outras jovens que acabaram por perder um ano lectivo, por causa das faltas não justificadas que davam, para poderem satisfazer os caprichos ou as ordens dos seus chantagistas.
Os dois irmãos foram detidos em Março passado, após um mandado judicial. Cansada de tudo, uma das vítimas procurou a Polícia para denunciar a dupla.

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