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Política

Basílio Ramos deixa política activa

O Presidente da Assembleia Nacional, Basílio Ramos, vai deixar a vida política activa, logo após o termo da oitava Legislatura. Este deputado, que já desempenhou altas funções no PAICV e no Estado, conta dedicar-se a outras actividades, mais de carácter cívico, com realce na sua ilha natal, Sal.
Depois de cerca de mais de 40 anos dedicados ao PAIGC/CV e ao Estado cabo-verdiano, Basílio Ramos revelou ao A NAÇÃO que decidiu pôr um ponto final à sua vida política. “Já dei a minha contribuição ao meu país e ao meu partido, e já é altura de me retirar e deixar espaço a outros”. O deputado pretende, no entanto, fazer “outras coisas” que “são igualmente úteis e necessárias para esta sociedade”.
SEMPRE MILITANTE
“Sou militante do PAICV e não vou deixar de o ser. Mas serei um militante sem responsabilidades, que o dirigente Basílio teve ao longo desses anos. Julgo que tenho alguma experiência adquirida ao longo desse tempo, e, na medida do possível, vou procurar continuar a ser útil à sociedade. Há muitos sectores onde essa experiência pode ser canalizada, sem que seja num campo estritamente político ou partidário”, realça.
Formado em sociologia na Bélgica (Louvaina), Basílio Mosso Ramos tem 62 anos e é natural da ilha do Sal, mais concretamente da localidade de Palmeira. Ao longo destes 40 anos da independência de Cabo Verde, esteve em várias frentes, inclusive a diplomática, encerrando a sua carreira política como presidente da AN, substituindo no cargo o seu colega de geração Aristides Lima.
Bass, como é tratado pelos amigos, diz que depois da retirada pretende enveredar mais para a actividade cívica, tendo Cabo Verde no seu todo como campo de acção, mas com especial enfâse no Sal. “A minha ilha ocupa um lugar muito especial no meu coração, mas continuarei a ser um cidadão activo em prol do desenvolvimento de Cabo Verde”.
Recentemente, Basílio Ramos publicou um artigo neste jornal sobre um aspecto da história da ilha do Sal e é nessa vertente que pretende dedicar-se com maior enfâse.
“Vou me dedicar um pouco à escrita, porque ando a ler muito sobre a história do Sal, que foi praticamente a última ilha a ser povoada, e a sua história não é muito conhecida. Como salense, vou procurar dar a minha contribuição, na medida do possível, para que as gerações mais novas possam conhecer, efectivamente, um pouco mais da história da ilha do Sal”, sublinha.
Basílio Ramos destaca também a sua longa experiência política, que, na sua óptica, pode ser partilhada com as novas gerações. “Tenho toda a experiência como militante e dirigente de um partido, como presidente de uma Câmara Municipal, como ministro e como presidente da Assembleia Nacional, e essa experiência poderá ser sintetizada, aprofundada, alargada e partilhada com os mais jovens”, enfatiza.
Mas é no domínio social que Basílio Ramos pretende no futuro próximo canalizar a maior parte da sua experiência. “Há várias áreas onde posso dar o meu contributo. O que não falta são espaços de participação cívica”, acredita.
Basílio Ramos vai fechar a sua actividade política como presidente da AN, cargo que assumiu em Março de 2011, no início da VIII Legislatura, que está prestes a terminar e apresenta obra em matéria da reforma do Parlamento, embora o novo regimento e o Estatutos dos Titulares de Cargos Políticos tivessem ficado “encalhados”.
BALANÇO PARLAMENTAR
“Há todo o trabalho de modernização do Parlamento, que está cá. O Data Center, que já está feito, há também todo o esforço que conduziu na instalação da infra-estrutura de vídeo-conferências, criámos uma nova versão do portal da Assembleia, ampliámos o sistema de vigilância, criámos a visita virtual ao Parlamento, inaugurámos o espaço cidadão, criámos o gabinete de comunicação e imagem. Todo o desenho que permite a aproximação do Parlamento à sociedade está criado. Demos passos significativos, fizemos investimentos de vulto, de modo que não se pode dizer que, no âmbito da reforma, não avançamos”, descreve.
Cargos e funções
Além de presidente de Assembleia Nacional, desempenhou as funções de ministro de Estado e da Saúde, depois de ter sido eleito, por duas vezes consecutivas, presidente da Câmara Municipal do Sal. Na frente externa, trabalhou no consulado geral de Cabo Verde em Roterdão, Holanda, nos primeiros anos da independência. No PAICV foi apoiante de primeira hora de José Maria Neves, sendo vice-presidente desse partido durante 10 anos.

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