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Economia

GAO diz que em 2014 a economia cresceu mais rapidamente  

O Grupo de Ajuda Orçamental (GAO), que acaba de cumprir a primeira de duas missões conjuntas anuais de revisão enquadrado no memorando de entendimento para a ajuda orçamental a Cabo Verde, considera que a economia cabo-verdiana “cresceu mais rapidamente” do que se esperava, com base em estimativas para 2013 e 2014.
Entretanto, Luís Maia, porta-voz desta missão do GAO, considera que a atividade económica ainda deve recuperar o diferencial em relação ao seu potencial de crescimento. Para o diplomata, a deflação e o desemprego “elevado” são características de uma economia que funciona “abaixo” da sua capacidade.
“Será importante para Cabo Verde crescer mais rapidamente compensando assim o impacto provocado pela recente fase de estagnação, e continuar a concentrar esforços no sentido da redução da pobreza”, enfatizou.
Para o GAO, o crescimento em 2014 foi particularmente sustentado pela recuperação do investimento directo estrangeiro (IDE) e pelo crescimento das remessas dos emigrantes, o que impulsionou o consumo das famílias, “particularmente necessário num momento difícil para muitos cabo-verdianos”.
Os parceiros reconheceram o potencial do sector das pescas considerando que as exportações de pescado “têm sido elevadas” e realçam a performance do sector do turismo, que “evidenciou uma recuperação no primeiro trimestre de 2015, após o fraco desempenho registado em 2014, especialmente no terceiro trimestre”.
De acordo com Luís Maia, o crédito aos sector privado continua a ser um “constrangimento” ao crescimento, destacando que, em 2014, o crédito “decresceu”. O porta-voz do GAO lembrou, no entanto, que “tradicionalmente” o IDE estimula o investimento privado nacional.
A recente medida do Banco de Cabo Verde (BCV) no sentido de encorajar os bancos comerciais a aumentar o crédito ao sector privado, foi destacado pelo GAO, que considera que tais medidas servirão para apoiar as instituições bancárias a aumentar os empréstimos às pequenas e médias empresas, facilitando o acesso ao crédito.
As receitas fiscais decresceram em relação ao produto interno bruto (PIB) desde a crise até 2014, mas o GAO destaca uma recuperação no primeiro trimestre de 2015.
Segundo os parceiros, o programa de investimentos públicos “encontra-se claramente em desaceleração”, o que “se afigura essencial para reduzir o défice e assegurar a sustentabilidade da dívida pública, que se fixou em 114 por cento do PIB no final de 2014”.
Segundo o GAO, a redução do peso da dívida pública será “crucial” para o país aceder aos mercados financeiros internacionais, o que “se assume com tão mais importante à medida que se assiste à redução da ajuda pública ao desenvolvimento”.
A primeira missão anual de avaliação do GAO teve lugar de 4 a 13 deste mês. A segunda missão anual acontece em Novembro, próximo.

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