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Política

Autárquicas’2016: PAICV pisca olho a Abrão Lopes para Ribeira Brava

Américo Nascimento assume que não se candidata à Câmara Municipal da Ribeira Brava (CMRB), em São Nicolau, e o PAICV já se move para encontrar um possível sucessor do actual edil. O ex-director geral de Indústria e Energia, Abrão Lopes, é um dos nomes que circulam nos corredores, mas a tarefa de o convencer a aceitar o desafio não se apresenta simples.
Presidente do Instituto de Gestão e Qualidade desde Maio de 2013, Abrão Lopes ficou conhecido depois de passar mais de uma década à frente da Direcção-Geral de Indústria e Energia (DGIE), onde geriu dossiês complexos ligados aos problemas da Electra e à política de energias renováveis. Enquanto DGEI, ajudou a mobilizar recursos para a unidade de dessalinização, no valor de 150 mil contos, com a qual a edilidade da Ribeira Brava espera conseguir, dentro de pouco tempo, abastecer a maior parte das localidades do concelho com água potável 24h por dia.
Sendo a dessalinizadora uma marca que poderá ajudar a promover a imagem de Abrão Lopes numa possível corrida à Câmara Municipal da Ribeira Brava, o problema está em convencê-lo a entrar na disputa. Embora seja natural da ilha de Chiquinho, vive a largos anos na Cidade da Praia, pelo que não se mostrar fácil fazer com que ele aceite o mesmo desafio do actual edil Américo Nascimento, que depois de desempenhar as funções de secretário de Estado da Juventude e Desporto rumou à sua ilha natal para conquistar a CMRB. Os tempos e o contexto eram outros: o PAICV havia renovado o mandato no Governo e era preciso um nome com projecção nacional para destronar Amílcar Spencer Lima, então presidente da CMRB e que havia sido também chefe da casa parlamentar.
Agora o partido da estrela negra precisa de encontrar outros argumentos para persuadir Abrão Lopes a candidatar-se a sucessor de Américo Nascimento, mesmo porque está a pouco mais de um ano no comando do Instituto de Qualidade, que cuida de todos os processos normativos para certificar produtos alimentares, bebidas e produções do país. Ou seja, mais uma vez está desafiado a conduzir dossiers interessantes como o registo internacional de produtos como o grogue de Cabo Verde e não será meia dúzia de considerandos que vão fazê-lo considerar a ideia de ir à disputa na CMRB.
LIMITAÇÃO DE MANDATOS
Contactado pelo A NAÇÃO, Américo Nascimento confirma que não se recandidata a terceiro mandato nem sabe se aceitaria concorrer um cargo de deputado pelo círculo eleitoral de São Nicolau. Mais, assume também, com frontalidade, ser a favor da limitação de mandatos dos autarcas, por isso entende a sua decisão de não se candidatar como coerente.
“Devemos dar lugar para que outras pessoas tragam outras ideias ao governo municipal, portanto defendo o máximo de três mandatos para os autarcas”, salienta o presidente da CMRB.
Independentemente da coerência na defesa da limitação de mandatos, a verdade também é que governar autarquias como Ribeira Brava desgasta bastante os edis. Nesses municípios, onde os problemas das zonas urbanas misturam-se com os dos meios rurais, as câmaras são chamadas a resolver questões não só ligadas ao saneamento, mas também a acessibilidades a zonas mais afastadas. A isso junta-se o velho problema do desemprego, que se agrava em maus anos agrícolas como o que o país está a atravessar neste momento.
DESPIQUE
Como se isso não bastasse, Nascimento tem travado um despique cansativo com o deputado Nelson Brito e outros dirigentes locais do MpD por causa das sucessivas denúncias de existência de alegada rede de desvios de fundos públicos dentro da autarquia da Ribeira Brava. Isso após detectar-se um “rombo” nos cofres da referida edilidade no valor cerca de 10 mil contos cuja principal suspeita é a contabilista Crisolita Livramento. Nascimento chegou mesmo a apresentar uma queixa-crime contra os seus adversários políticos. Tudo isso contribui para que ele reitere a sua decisão de não se avançar na Ribeira Brava e atirar o PAICV para a escolha de novo candidato.

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