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Santiago

São Domingos vai ter a maior Igreja Católica do país

São Domingos, no interior de Santiago, vai construir o maior templo católico de Cabo Verde, com capacidade para receber mais de mil fiéis. A antiga igreja – iniciada em 1946 – começou a ser demolida esta segunda-feira para dar lugar a um novo e moderno edifício orçado em 65 mil contos. Paga a Diocese.
A comunidade católica de São Domingos despediu-se, no passado domingo, da emblemática Igreja de São Nicolau Tolentino, no centro da Várzea da Igreja. O edifício vai ser demolido para dar lugar a uma nova igreja construída de raiz, daí a habitual missa de domingo passar a ser celebrada no Salão Paroquial.
Neste momento, a preocupação primeira é salvaguardar a integridade física dos bens da Igreja, como os santos, cálices de prata, quadros de pintura e o altar de mármore para só depois se avançar com o derrube das paredes, trabalho que está a ser feito por funcionários da casa, paroquianos, voluntários e forças vivas do concelho.
Feita a demolição completa dar-se-á início à construção da nova igreja, cujo lançamento da primeira pedra deve acontecer no início do próximo ano em cerimónia presidida pelo Bispo de Santiago, D. Arlindo Furtado, na presença de muitos convidados, desde membros do governo a emigrantes e cidadãos locais.
O projecto está orçado em 65 mil contos, financiados pela Diocese de Cabo Verde em conjunto com a Paróquia de São Domingos e contribuição dos fiéis católicos locais e emigrantes.
Futuro templo
O futuro templo, que deve ficar concluído até 2016, poderá albergar mais de mil fiéis, cinco vezes mais que a igreja actual (220 pessoas sentadas), o que o torna no maior recinto de culto católico de Cabo Verde. O pároco local, Isaías Frederico, explica essa abertura com o aumento do número de fiéis católicos em São Domingos, o que não é de estranhar para um concelho que já deu ao país sete padres – só perde para Santa Catarina de Santiago – havendo mais em formação.
“A nossa Igreja estava a ser demasiado pequena para as nossas necessidades. Reparamos isso desde há muito, ou seja, um crescimento contínuo da participação de fiéis nas eucaristias o que obrigava muitas vezes a celebrar a missa na rua. O edifício, em si, precisava de restauração, pois estava a evidenciar fissuras nas paredes o que era expectável tendo em conta que esta igreja é antiga”.
Com efeito, a sua construção começou em 1946 e terminou em 1957, mas só 22 anos depois, em 1979, recebeu uma intervenção que ficaria definitiva em 1989 com o aspecto arquitectónico que até hoje apresentava. “Analisando o problema, a que se junta o aumento do número de fiéis na missa, decidimos, em vez de restaurar, construir uma nova igreja, com maior capacidade de acolhimento. Desde 2010 nos propomos aumentar o espaço de celebração da missa para que tirar os participantes da rua”, acrescenta o pároco.
O projecto arquitectónico do futuro templo católico de São Domingos (da autoria do arquitecto Crisanto Vaz Furtado) mantém a actual fachada da igreja histórica, mas dá-lhe mais largura e profundidade, com destaque para o interior que terá mais espaço e uma moderna disposição do altar. “Vai ser uma igreja inovadora que conjuga a linha clássica com uma nova disposição dos presentes. A linha clássica tem uma estrutura mais rectangular em que o padre fica ao fundo no altar e te os fiéis diante de si”.
Ainda segundo aquela fonte, a futura igreja terá o altar no centro com a assembleia à volta, o que permite maior contacto visual entre o padre e cada membro da igreja. “A assembleia terá capacidade para receber cerca de 650 pessoas sentadas e há ainda o Mesanino, que fica na parte superior, que irá albergar 350 pessoas com assento, entre grupos corais e outros participantes. Enfim, só o Mesanino receberá mais pessoas que a actual igreja que só alberga 220 fiéis”, realça aquele responsável católico.
Também não foi por acaso a construção do novo templo no mesmo lugar. “Na verdade, cogitamos a possibilidade de construirmos a nova igreja noutra zona (ali na localidade de Zamboa, propriedade da Diocese), mas logo notámos que sair daqui, deste pequeno planalto, seria desperdiçar a sua importância e valor histórico”, explica o padre Isaías, lembrando que a igreja de São Domingos foi construída em cima de um antigo cemitério onde outros padres foram enterrados.
Até que a obra do novo templo esteja concluída, a preocupação do pároco reside principalmente na conservação do património da igreja, como os santos, quadros de pintura, objectos sagrados e o altar de mármore, que serão reaproveitados na nova casa de Deus.
 

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