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São Vicente

São Vicente: Aumento do roubo de motos deixa população em alerta

A ilha de São Vicente tem sido muito fustigada, nos últimos meses, por casos de roubo de motocicletas. Os relatos sucedem-se, dia após dia, e nem sempre os veículos extraviados são recuperados pelas autoridades competentes.

Ultimamente o número de motocicletas pela ilha de São Vicente aumentou, sendo a maioria dos modelos KT e IBR. E, à medida que o número de motos nas estradas aumenta, aumenta também a quantidade de roubo desses veículos. Nos últimos meses essa prática intensificou-se, de tal maneira, que deixou em alerta os proprietários desses meios de transporte.

Numa ronda pela ilha, A NAÇÃO descobriu que há um mercado informal para a venda de peças de motos e é, aqui, acredita-se, que o roubo sistemático desses veículos não passa de um trabalho de quadrilhas especializadas.

Nelson Monteiro, morador na Ribeira Bote, teve a residência assaltada, na madrugada de 12 para 13 de Junho, e roubaram-lhe uma moto Yamaha IBR, dentro da garagem e quando se apercebeu disso accionou quer a Polícia Judiciária, quer a Brigada de Investigação Criminal.

“Quando procurei a PJ era por volta das 11 horas. Foram à minha casa e fizeram as suas averiguações e nada mais do que isso. A outra brigada não se deslocou sequer ao local, limitaram-se a fazer-me algumas perguntas. Fui lá duas vezes neste período, por causa de pistas que eu tenho tido, mas até então estou à espera. Das vezes em que estive lá, nunca me disseram nada animador”, diz Nelson Monteiro.

Nelson é proprietário de um bar-restaurante, o Sereia, e o veículo extraviado era usado para fazer a distribuição de produtos alimentares, à noite. Apesar de desgastado com a lentidão da investigação das autoridades, o nosso entrevistado acredita que ainda pode vir a localiza a sua moto.

“Consigo identificar a moto, mesmo pintada com outras cores. Tenho aqui dois rapazes que conduziam a mota, os meus filhos e outras pessoas que conhecem a viatura. Ela tem uma rotação de motor particular, o seu estilo e tudo enquanto”, sustenta.

Uma das razões que levam Nelson a crer na recuperação do seu veículo, prende-se com o mercado informal da venda de peças. Inclusive o nosso entrevistado já foi, por uma vez, contactado por um desconhecido, que lhe pretendia vender peças de moto.

“Dias atrás eu recebi um telefonema de uma pessoa a dar conta de que tinha peças de moto a venda. Só que a pessoa nunca mais me disse nada e eu não levei a questão muito além”.

Investigação particular

Uma outra vítima deste tipo de roubos é Stiven Cruz, jovem da Ribeirinha. No mês de Maio, este já deitado ouviu um barulho de motor de moto à frente da sua residência. Entretanto, porque já se fazia muito tarde, nem se deu ao trabalho de se inteirar das razões desse ruído.

No outro dia, quando se preparava para ir trabalhar, para o seu espanto a sua moto já não estava no local onde a guardava, em baixo da caixa de escadas da sua casa. É que tinham invadido a casa, sem que ninguém se desse conta e tinham roubado a moto.

“Fui de imediato à esquadra da Polícia Nacional em Fonte Inês. Foi-me dito para aguardar, mas nunca estiveram na minha casa. Tive que tratar de todo o meu expediente a ver se conseguia encontrar a moto”, recorda.

Entretanto, o caso de Stiven veio a ter um desfecho positivo. Segundo conta, três semanas depois já tinha recuperado a moto, fruto de uma investigação que ele mesmo levou a cabo.

“Ouvi uma pista de que alguém tinha à venda uma moto da mesma cor que a minha. Quando vi o veículo, apercebi-me logo que se tratava da minha moto. Aguardei mais dois dias, apenas para ter a certeza, mas tive que accionar a polícia”.

No dia seguinte, este jovem, acompanhado pelas autoridades, foi ao encontro do então portador do veículo, morador em Ribeira de Craquinha. Após toda a tramitação a moto foi devolvida ao dono.

Quanto ao autor do roubo, importa destacar que é um conhecido da bairro vizinho, Tchetchénia. Entretanto, Stiven não sabe dizer que medidas lhe foram aplicadas. Apenas duas semanas após a recuperação da moto de Stiven, o seu padrasto corria o risco de passar pela mesma infelicidade, não fosse o alarido dos cães da casa e a atenção do seu padrasto.

 

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