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Política

PM de Cabo Verde reconhece constrangimentos ao investimento português, mas sublinha avanços

O primeiro-ministro cabo-verdiano reconheceu hoje alguns constrangimentos ao desenvolvimento de negócios de empresas portuguesas em Cabo Verde, mas sublinhou avanços em matérias como a fiscalidade e os transportes.
“Conhecemos constrangimentos e alguns deles até conseguimos resolver”, afirmou Ulisses Correia e Silva à agência Lusa, no final da sua participação no Horasis Global Meeting, um encontro que desde sábado junta em Cascais centenas de empresários, governantes e especialistas.
O governante afirmou que o seu executivo tem estado a trabalhar com “questões fiscais” relacionadas com as empresas francas. Isto porque foi preciso dar uma resposta, por ter existido uma “mudança de regime fiscal” que “acabou por prejudicar empresas industriais para exportação”.
“Sabemos que temos um problema em São Vicente que tem a ver com transportes porque a TACV [Transportadora Aérea de Cabo Verde] deixou de fazer operações de São Vicente para Portugal”, disse.
Como “a TAP é a única companhia que faz essas operações e os aviões têm sérias limitações em termos de carga”, o governo tem estado a negociar com a empresa portuguesa e “a procurar alternativas para que o transporte de carga não seja um constrangimento”.
Ulisses Correia e Silva disse entender as questões levantadas pelos empresários portugueses, enumerando algumas das medidas em curso que deverão minimizar o impacto destes constrangimentos.
“Lançámos há pouco tempo um concurso para a concessão de linhas de transportes marítimos inter-ilhas, para que o mercado seja unificado. Facilita a circulação. Estamos a fazer uma forte aposta nos transportes aéreos para ainda mais destinos e maiores hipóteses de circulação”, disse.
Segundo Ulisses Correia e Silva, o Executivo procura “uma boa solução, de excelência, na gestão aeroportuária que possa trazer capacidade de investimentos, tecnologia, conhecimento de mercados e possa dinamizar o setor aéreo, porque os aeroportos são fundamentais para aumentar o tráfego”.
Questionado sobre a área em que os portugueses poderão investir mais em Cabo Verde, o governante indicou a das “tecnologias, informação e telecomunicação”.
“Há um potencial importante. São investimentos que não dependem de logística, nem de transportes, nem de infraestruturas, nem da chuva, que temos pouca. Há talentos, internamente, e mercados. Aí não temos limites. Posso produzir em Cabo Verde e exportar instantaneamente para os Estados Unidos ou a Ásia. É um setor com grande potencial”, disse.
Em relação ao turismo, Ulisses Correia e Silva disse existirem “novas oportunidades, não concentradas apenas no Sal e na Boavista”.
“A ilha do Maio vai ser uma ilha lançada futuramente para ter uma dinâmica de desenvolvimento turístico muito bom, um conceito diferenciado, porque queremos que seja um turismo de maior qualidade”, adiantou.
LUSA

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