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FIFA tem guerra de bastidores com proposta de Mundial de Clubes ampliado

A proposta do presidente da FIFA, o suíço Gianni Infantino, de criar um Mundial de Clubes com 24 equipas, abre uma guerra dentro da entidade, obrigada a chamar uma reunião de emergência para o início de Maio. Dos 24 clubes convidados, 12 viriam da Europa, contra apenas quatro vagas e meia para os sul-americanos. A proposta deixou a Conmebol irritada, já que o continente havia alertado ao dirigente de que exigiria pelo menos seis vagas directas para embarcar no projecto.
Para Infantino, a única forma de convencer os europeus de aceitar seria garantir que o Mundial envolvesse um número expressivo de clubes do Velho Continente. Além disso, a renda passaria de uma previsão de US$ 1 bilhão para pelo menos US$ 3 bilhões. Em um gesto para a América do Norte, que apoiou o presidente em sua eleição em 2016, ele ofereceria duas vagas para a Concacaf no novo torneio. A Conmebol considera a proporção como “inaceitável”.
A ideia é a de substituir a Copa das Confederações pelo novo formato, disputado por clubes. O actual Mundial que é realizado uma vez a cada ano terminaria. Se os sul-americanos não gostaram da ideia de ter uma participação reduzida, os clubes europeus já informaram à UEFA de que não vão aceitar um novo modelo de calendário internacional antes de 2024. “Depois disso, podemos pensar”, alertou um importante dirigente europeu, na condição de anonimato.
A cúpula da UEFA ainda acusa Infantino de “populismo” ao ampliar torneios apenas para atrair mais votos e apoio para uma eventual reeleição a partir de 2019. Para isso, daria ainda duas vagas para clubes africanos, dois asiáticos, dois norte-americanos, meia vaga para a Oceania e uma para o país sede. Junto com a proposta de um Mundial de Clubes ampliado, ele também defende a ideia de uma Copa do Mundo em 2022 já com 48 selecções.
A ideia também é vista pelos europeus como uma manobra para ganhar votos para sua reeleição. “Ele está comprando briga com muita gente”, alertou um dos homens fortes da UEFA. Diante da nova crise, o dirigente da FIFA deixou claro que quer o encontro para debater a proposta realizada por investidores e bancos para financiar um torneio mundial de clubes, em um pacote de US$ 25 bilhões. Além disso, seria criada uma Liga Mundial de selecções.
O pacote faz parte dos planos de quadruplicar a renda da FIFA, hoje exclusivamente dependente da Copa do Mundo. Mas o projecto foi recebido com hesitação, principalmente entre os europeus. A reacção contrária obrigou o chefe da FIFA a convocar para Maio o encontro, em um gesto que não se via na entidade desde as prisões dos cartolas, em 2015. A ideia é a de desembarcar na Rússia, no Congresso Anual da entidade, com um acerto costurado.

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