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Cultura

AME 2018: Um sonho de muitas expectativas

Nas vésperas do arranque da VI ª Edição do Atlantic Music Expo 2018 (AME), que acontece entre 17 e 19 de Abril, na capital, a expectativa é grande entre os artistas nacionais seleccionados para os showcases. O sonho de atingir novos patamares, e conseguir dar o “salto” que muitos almejam na carreira, fala mais alto, e exige preparação extra para que tudo dê certo na “hora H”.
Chama-se Debora Paris, vem de São Vicente e deve ser provavelmente a artista cabo-verdiana mais nova de sempre a participar no Atlantic Music Expo (AME). É que quando o AME arrancou em 2013, Debora tinha apenas 12 anos.
“Desde mais nova que vejo outros artistas pisarem o palco do AME e era o meu sonho estar ali, também. Este ano, muito por influência dos meus pais que sempre me apoiaram no mundo da música, resolvi tentar e ver no que dava”, conta a jovem artista natural de São Vicente.
Depois de saber que foi selecionada Debora não escondeu a alegria de ver um dos seus sonhos tornar-se realidade. “O meu objectivo é fazer um bom trabalho e dar um bom concerto. Demonstrar o meu eu como artista”, revela. Por isso, a fasquia é elevada. “As minhas expectativas são fazer muitos contactos internacionais ou mesmo nacionais com artistas e produtores para algum projecto futuro”.
A residir na ilha do Monte Cara, Débora Paris apresenta-se como uma artista versátil. “Canto desde uma morna daquelas bem antigas, mas, também, como sou jovem, sei cantar outros estilos como batuque, soul music ou até mesmo uma coladeira”. Porém, nutre um carinho especial pela Morna. “O estilo ao qual me entrego totalmente é a Morna, não sei porquê! Deve ser porque é algo que praticamente cresci a ouvir e a cantar, me lembra a minha infância”. Debora Paris espera um dia gravar um disco e ser reconhecida. “Acho que isso é um sonho de todos nós artistas”.
CONSEGUIR APOIOS E PARCERIAS
Quem já conhece bem as andanças do AME é o artista Josimar Pina Gonçalves. Residente na capital, é com um sentimento de responsabilidade que vai pisar pela primeira vez o palco do AME. “Quero mostrar um pouco do meu estilo próprio e também procurar patrocinadores ou apoios para que eu possa concluir o meu projecto intitulado Voz D’Alma (nome do meu 1ª disco)”.
Aos 28 anos, Josimar é também uma cara conhecida da noite da capital. Amante da música tradicional, Josimar gosta de viajar pelo jazz, blues, MPB, entre outros, mas é na identidade crioula que vai basear a sua Voz d´alma. “É um disco de música tradicional, mas com o meu toque. Porque tudo o que vem neste CD vem da minha alma”. O álbum traz coladeiras, mornas, funaná, batuco, banderona, tabanka e até um talulu. “Talulu é um ritmo antigo de Cabo Verde usado no tempo da escravatura, sobretudo em Santiago. A composição é de Epifânio Tavares mais conhecido por Fany de Ano Nobo”. Josimar está inclusive nomeado na categoria de Melhor Morna do Ano nos CVMA, com a música “Mar”, também de Fany de Ano Nobo. Agora, espera conseguir mostrar o que vale no palco do AME e fazer com que algum produtor se interesse pelo seu trabalho.
PROMOÇÃO
Este ano há também muitas vozes crioulas que chegam da diáspora para o AME.
Nascida e criada em São Vicente, Djocy deixou Cabo Verde aos cinco anos rumo à Holanda com a família, onde reside desde então. Já fez parte da banda Young Livity e do grupo Pureza e mais recentemente decidiu apostar numa carreira a solo. Juntamente com o cabo-verdiano Nuny Oliveira, que é baixista e quem produz a maioria das suas músicas, formam o grupo Djocy Santos. Em 2017 lançaram o EP “Mulher” que agora vêm apresentar no AME. “Penso que será uma experiência divertida e um evento importante para promovermos a nossa música. Esperamos poder conhecer muitas pessoas da indústria mundial musical e fazer contactos”, conclui. Debora Paris, Josimar e Djocy Santos são três dos 12 artistas de origem cabo-verdiana que vão participar dos showcases do AME.
 
ILAM, do Senegal
“VIR AO AME É UM SONHO TORNADO REALIDADE”
O artista senegalês Ilam integra o rol dos 11 artistas internacionais que vêm mostrar a sua música nos palcos do AME. A residir em Montreal, no Canadá, Ilam visita Cabo Verde pela primeira vez. “É um país que sempre quis visitar, e tenho muitos amigos cabo-verdianos que vivem em Dakar”. Para o AME traz a sua “worlmusic” que navega entre o Afro-PopRock, Blues e Reggae e espera conseguir projectar a sua carreira a um novo nível. “O AME pode ser uma janela de oportunidades para que eu possa alcançar um novo patamar como artista de worldmusic. Há muitos bons artistas que já actuaram no AME e, para mim, poder fazer parte do evento e ter a oportunidade de tocar no festival é um sonho que se torna realidade”.
Tal como todos os artistas que anualmente participam no evento, também Ilam espera conhecer “diferentes actores da industria musical” e “ter a oportunidade de desenvolver a minha carreira”. Ilam, não esconde que conhece bem a música de Cabo Verde e inclusive no seu álbum Hope traz uma música dedicada a Cesária Évora, “African Woman”. “Ela continua a inspirar-me”.
GC
 
 
 
 
 

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