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Política

Já é tempo de acabar com o rosto feminino da pobreza – PR

O Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, defendeu hoje que já é chegada a hora de acabar com o “rosto feminino da pobreza”, visto que em Cabo Verde ela afecta principalmente as mulheres.
Para Jorge Carlos Fonseca, que defendeu essa ideia na sua mensagem alusiva ao Dia Internacional da Mulher, comemorado hoje, 08 de Março, com o tema “A Hora é agora: activistas rurais e urbanas transformando a vida das mulheres”, as mulheres cabo-verdianas “não podem ser ignoradas, nem devem ser negligenciadas”, por serem uma “força motora” do desenvolvimento do país.
Segundo a mesma fonte, os contributos da classe feminina antecedem a luta pela independência e destacam-se nas diversas áreas, tanto profissionais e/ou científicas, como das artes ou no âmbito doméstico e familiar, assim como destacam-se também as mulheres emigrantes e as imigrantes no país que têm dado contributos “valiosos” para o desenvolvimento do arquipélago.
“Em Cabo Verde, a pobreza continua a afectar maioritariamente as mulheres, com maior incidência ou gravidade no meio rural, particularmente em períodos de crise como o mau ano agrícola que o país está a enfrentar no momento. Já é tempo de acabar com o rosto feminino da pobreza, de as mulheres serem as maiores vítimas da violência no mundo, de não poderem escolher livremente o seu modo de vida e seu destino, e de carregarem as famílias, por vezes até o país, às costas”, advogou.
As políticas públicas, no entender do Presidente da República, devem estar direccionadas para a erradicação da pobreza e a eliminação das desigualdades de género, suprimindo os obstáculos que impedem que mulheres e meninas respondam aos desafios e aproveitem oportunidades de mudança, privilegiando as mulheres desprotegidas, sem rendimento, com emprego precário, em actividades informais, no trabalho doméstico, “grande maioria” das quais não desfruta dos sistemas de protecção social.
“Felicito a todas, pelo mundo fora e pelas ilhas, pela força, presença e perseverança, mesmo nas situações mais difíceis, fazendo votos que haja um aceleramento dos progressos a nível do respeito e da observância dos seus direitos. Que haja mais consciencialização e mais concretização que se traduza em mais felicidade e bem-estar para todas as mulheres, especialmente as cabo-verdianas”, manifestou.
Jorge Carlos Fonseca congratulou-se igualmente com as iniciativas governamentais e da sociedade civil no país para a inclusão social e a promoção das mulheres em diversas áreas, lembrando que grande parte dessas iniciativas é desenvolvida por mulheres, motivo para considerar que “é necessário um maior envolvimento dos rapazes e homens nesta causa de forma a criar uma maior solidariedade e interajuda”.
Por outro lado, o mais alto magistrado da Nação sublinhou que, apesar dos objectivos propostos e das metas previstas a nível mundial para a concretização da igualdade e da paridade do género, ano após ano é-se obrigado a realçar “múltiplas situações discriminatórias” das mulheres, as quais “são cada vez mais inaceitáveis”.
Casamentos infantis, abuso e/ou agressão sexual, violência baseada no género, amputações físicas, discriminações no mercado de trabalho, falta de acesso a serviços básicos, pobreza, insegurança alimentar e desnutrição, falta de emprego ou de uma fonte de rendimento e trabalho precário, insuficiente participação política e social, deficiente valorização e protecção social estão entre as “situações discriminatórias” apontadas pelo Chefe de Estado.
“Os avanços registados são insuficientes e acontecem a um ritmo mais lento do que se espera”, ressaltou, indicando como exemplo o número de mulheres parlamentares que aumentou apenas 0,1 ponto percentual, entre 2016 e 2017, de acordo com dados da União Inter-Parlamentar.
Para que se atinjam os Objetcivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) em 2030, Jorge Carlos Fonseca precisou que é “fundamental” que as mulheres do campo tenham maior acesso à informação e às tecnologias, mais oportunidades de capacitação e uma maior participação na tomada de decisões, mas também uma maior consciencialização das mulheres relativamente ao seu potencial e à sua relevância para as sociedades.
Inforpress

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